Na última terça-feira, Donald Trump revogou todas as proteções destinadas a imigrantes ilegais em igrejas, abrigos, escolas e outros locais considerados "sensíveis" nos Estados Unidos.
A medida, segundo autoridades, visa ampliar a "aplicação da lei" contra a imigração ilegal, facilitando a prisão e deportação dessas pessoas para seus países de origem.
O secretário interino do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Benjamine Huffman, anunciou em comunicado o fim de diretrizes implementadas pelo governo Joe Biden, que, segundo ele, dificultavam o trabalho do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) e da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) em áreas conhecidas como "zonas sensíveis" ou próximas a elas, como abrigos localizados na fronteira.
Conforme o comunicado, Huffman emitiu "duas diretrizes cruciais para fortalecer a proteção das fronteiras dos EUA e garantir que a aplicação da lei esteja apta a proteger os norte-americanos".
A primeira medida é o fim das chamadas zonas-tampão, enquanto a segunda "combate o uso excessivo" da liberdade condicional humanitária, anteriormente utilizada para permitir que imigrantes permanecessem em território norte-americano sob esse status.
"Essa decisão fortalece os bravos homens e mulheres do CBP e do ICE, permitindo que apliquem nossas leis de imigração e capturem estrangeiros criminosos – incluindo assassinos e estupradores – que entraram ilegalmente no país", disse.
"Os criminosos não poderão mais se esconder nas escolas e igrejas dos Estados Unidos para evitar a prisão. A administração Trump não vai amarrar as mãos de nossos corajosos agentes da lei e, em vez disso, confia que eles usarão o bom senso", declarou.
Huffman criticou a gestão Biden pelo uso da liberdade condicional humanitária, afirmando que o programa permitiu "a entrada indiscriminada de 1,5 milhão de imigrantes". Ele garantiu que, sob a nova administração, a prática será limitada a análises individuais de casos, retomando seu objetivo original.
Em um comunicado adicional, o Departamento de Segurança Interna anunciou a reativação da Política de Proteção de Fronteiras de 2019. Essa política autoriza as autoridades a devolverem migrantes aos países vizinhos enquanto aguardam a conclusão dos processos de deportação.
"O ICE não fará vista grossa"
O coordenador das políticas de fronteira da Casa Branca, Tom Homan, informou em entrevista à CNN que o plano de deportação entrou em vigor na terça-feira.
Segundo Homan, os agentes já estão "nas ruas", conduzindo operações direcionadas e ações em todo o país. Ele destacou que não haverá complacência, nem mesmo com imigrantes sem registros criminais que permanecem no país de forma irregular.
"As pessoas que não têm registros criminais, mas estão no país ilegalmente, também serão presas", disse Homan, acrescentando que "o ICE não fará vista grossa".
Homan também disse que, embora o foco seja em "ameaças à segurança pública", como os criminosos que teriam entrado no país durante o governo Biden, a fiscalização incluirá locais onde refugiados estão abrigados.
O coordenador garantiu que a administração Trump conta com o apoio do "povo norte-americano", que defende a "deportação de imigrantes criminosos". Ele assegurou ainda que o governo continuará a executar essas ações em qualquer lugar, independentemente dos custos envolvidos na implementação dessa política de deportação em massa.