A rejeição dos recursos energéticos russos custou caro à União Europeia, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Fórum Econômico Mundial em Davos, nesta terça-feira.
"Reduzimos substancialmente nossa dependência dos combustíveis fósseis russos em tempo recorde. Nossas importações de gás da Rússia foram reduzidas em cerca de 75%. E agora importamos apenas 3% de nosso petróleo e nenhum carvão da Rússia. Mas a liberdade teve um preço", declarou Von der Leyen.
"As famílias e as empresas viram os custos de energia dispararem e as contas de muitos ainda não baixaram. Nossa competitividade agora depende do retorno a preços de energia baixos e estáveis", acrescentou o chefe da Comissão Europeia, que também afirmou que atualmente mais de 50% do gás natural fornecido à UE vem dos Estados Unidos.
Alguns especialistas alertaram que a interrupção do trânsito de gás russo pela Ucrânia a partir de 1º de janeiro, devido à recusa de Kiev em estender os respectivos acordos com Moscou, levaria à escassez de energia na UE.
O estrategista de commodities do Bank of America, Francisco Blanch, acredita que "não há dúvida de que haverá um déficit de energia na Europa este ano". "Isso significa que todo o gás natural líquido (GNL) incremental que entrará em operação este ano em todo o mundo será usado para compensar o déficit de gás russo", acrescentou.