O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende aumentar o controle sobre atos dos ministérios, ao culpar indiretamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela crise do Pix, informou a imprensa nesta segunda-feira.
"Daqui para frente, nenhum ministro vai poder fazer uma portaria que depois crie confusão para nós sem que passe pela presidência através da Casa Civil. Muitas vezes a gente pensa que não é nada, faz uma portaria qualquer e depois arrebenta e cai na Presidência da República", declarou o presidente.
Lula não mencionou diretamente Haddad ou as normativas da Receita Federal que causaram queda na quantidade das transações realizadas por Pix.
O governo enfrentou uma onda de desinformação sobre uma suposta taxação de transferências realizadas pelo Pix acima de R$ 5 mil. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) tem trabalhado para desmentir os boatos e esclarecer que a medida não afeta pequenos negócios.
Em uma nota divulgada em 13 de janeiro, a Secom informou que as recentes mudanças na estratégia de comunicação digital do governo visavam apenas atualizar um "sistema de coleta de informações existente há mais de 20 anos".
Apesar das explicações, comerciante demonstraram desconfiança e, em alguns casos, deixaram de aceitar pagamentos via Pix, solicitando que os consumidores paguem em dinheiro.
A medida foi defendida por Haddad e pelo novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira. O presidente Lula, criticou a condução da crise e o fato de que uma medida tão importante não dispôs de uma estratégia de comunicação relevante.