O mandato do presidente dos EUA, Joe Biden, foi marcado por uma "obsessão" pela Ucrânia, causando danos políticos para os Estados Unidos e piorando as relações com Moscou, afirmou no domingo o ex-presidente e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.
Em seu canal do Telegram, Medvedev criticou a liderança de Biden, a quem chamou de "morto-vivo", defendendo que suas políticas para a Ucrânia criaram um "legado de crise" duradouro entre Moscou e Washington.
Segundo ele, as ações de Biden deixaram uma brecha diplomática que pode levar décadas para ser resolvida e ainda não se sabe se a normalização é possível ou necessária.
"Se a culpa de Biden é sua inadequação, a culpa de seu governo é que ele deliberadamente deixou um legado de crise muito difícil para seus sucessores no caminho da Rússia", opinou.
Medvedev também sugeriu que o interesse de Biden pela Ucrânia começou durante seu mandato como vice-presidente de Barack Obama, mas se tornou uma obsessão durante sua presidência.
"Quando conversei com ele, ele ainda não estava demente. O que já me chamou a atenção foi seu interesse doentio pela Ucrânia, embora ele tenha me explicado isso como a designação de Obama", escreveu.
Razões dos problemas
Para o ex-presidente russo, foi a falta de compreensão da história e da identidade da Ucrânia que levou Biden a cometer tais erros.
"Gradualmente, a tarefa se transformou em obsessão. Grandes erros políticos, corrupção banal e simplesmente uma análise ruim da situação - ignorância da história e falta de compreensão da natureza do 'ucranianismo' - desempenharam seu papel nessa transformação milagrosa", observou Medvedev.
Para Medvedev, Biden "caiu em todos os tipos de problemas, na verdade, desencadeando uma guerra do Ocidente coletivo com a Rússia, que quase se transformou em um conflito nuclear com a OTAN", destacando o preço político de tais decisões, que supera os ganhos econômicos.
- Os comentários foram feitos um dia antes de Biden oficialmente deixar seu cargo, em meio a tensões contínuas devido ao conflito na Ucrânia, que se agravou em fevereiro de 2022.