Com o apoio total dos Estados Unidos, Israel devastou a Faixa de Gaza, matando dezenas de milhares de seus habitantes e causando uma crise humanitária no território palestino, mas não conseguiu atingir seus dois objetivos, escreve o jornalista norte-americano Max Blumenthal em sua análise da guerra no primeiro dia do cessar-fogo.
"Israel massacrou, matou de fome e atacou Gaza de forma semelhante a Dresden, e o regime dos EUA lhe deu tudo o que precisava para fazer isso. Mas falhou em seus dois principais objetivos: libertar os prisioneiros pela força e erradicar o Hamas", escreveu o jornalista nas suas redes sociais.
Para reforçar seu argumento, Blumenthal postou um vídeo de uma multidão aplaudindo e cantando para um grupo de milicianos armados do Hamas em algum lugar do território.
Nesse contexto, o The Wall Street Journal observou no domingo que o movimento palestino não foi eliminado, apesar das repetidas promessas feitas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que agora garante aos seus "partidários frustrados da direita" que ele alcançará a "vitória total" mais tarde.
"О Hamas está reivindicando a vitória apesar das pesadas perdas e desfilando seus combatentes pelas ruas de Gaza porque alcançou seu próprio objetivo de sobreviver ao ataque", acrescenta o jornal.
Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Ezzeldin Al Qassam, o braço armado do Hamas, declarou no domingo que o acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns poderiam ter sido alcançados há mais de um ano.
"O acordo que foi alcançado teria sido possível há mais de um ano, se tivesse sido adequado às ambições de Netanyahu e de seu governo fascista, que insistiu em continuar o genocídio e procurou deslocar nosso povo e destruir tudo o que fosse possível. Durante toda essa guerra, fomos os mais interessados em pará-la o mais rápido possível", disse em um vídeo postado em canal Telegram.
O porta-voz enfatizou que as Brigadas e outras facções da resistência palestina estão comprometidas com o acordo de cessar-fogo e reiteraram sua disposição de cumprir seus termos e aderir às suas condições.
- O acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel entrou em vigor no último domingo (19). Na fase inicial, o grupo palestino concordou em libertar 33 reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.