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Estadia na embaixada húngara não foi para pedir asilo, alega Bolsonaro

"Era uma questão de fuso horário com quem eu estava conversando", afirmou o ex-presidente.
Estadia na embaixada húngara não foi para pedir asilo, alega BolsonaroGettyimages.ru

Diante das notícias sobre a decisão judicial impedindo sua ida à posse de Donald Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao jornal norte-americano New York Times. 

"Estou me sentindo como uma criança novamente com o convite de Trump. Estou animado. Nem estou mais tomando Viagra". O gesto de Trump é algo de que devemos nos orgulhar, certo? Quem é Trump? O cara mais importante do mundo".

A entrevista trás detalhes sobre um episódio relativo à embaixada da Hungria, em fevereiro de 2024. À época, câmeras de segurança mostram o embaixador húngaro andando nervosamente pelo prédio da embaixada. Em seguida, chega Jair Bolsonaro, que havia recebido, dias antes, uma ordem retendo seu passaporte, visando impedi-lo de deixar o Brasil na esteira de uma investigação criminal cada vez mais intensa.

Os funcionários da embaixada se agitam e Bolsonaro fica vagando pelo estacionamento por dois dias, enquanto seguranças lhe trazem pizza. Um político enfrentando a prisão, dormindo em uma embaixada controlada por seu aliado - tudo parecia uma tentativa de obter asilo político.

Os advogados de Bolsonaro afirmaram que ele só visitou a embaixada para discutir política, chamando as sugestões em contrário de "notícias falsas". O juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu que Bolsonaro não infringiu a lei ao passar a noite na embaixada. 

Quando perguntado pelos repórteres por que ele passou duas noites na embaixada húngara, Bolsonaro declarou que havia uma questão de fuso horário.

"Você não tem uma cama no Brasil?", perguntou um repórter. "Eu tenho. Talvez eu tenha brigado com minha esposa, mas não vou falar sobre isso. Não vou dizer o que faço porque isso lhes dá um motivo para me processar. Sou um cidadão livre". 

Em seguida, Bolsonaro voltou a negar que tenha buscado por asilo político, sugerindo que ele pode ter tido uma "amante" na embaixada que poderia ter visitado.