Notícias

'Instrumento vulgar de coerção política': Cuba comenta retirada do país de 'lista de terrorismo'

O chanceler cubano afirmou que, se Trump incluir a ilha novamente, isso confirmaria que a lista "não existe mais" e "ninguém mais acreditará nela".
'Instrumento vulgar de coerção política': Cuba comenta retirada do país de 'lista de terrorismo'Lev Radin / Pacific Press / LightRocket / Gettyimages.ru

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, comentou na quarta-feira sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de retirar a ilha da lista de países "patrocinadores do terrorismo" e os possíveis efeitos que o retorno de Donald Trump à Casa Branca poderia ter.

Em coletiva de imprensa, Rodríguez afirmou que a medida estava "na direção certa, mas é muito limitada e muito tardia". Segundo o chanceler, "faltou credibilidade, mas seus efeitos práticos são extraordinários no setor financeiro", observando que o simples fato de Cuba ter sido incluída na lista "causa danos econômicos consideráveis", especialmente no comércio de mercadorias.

Ele destacou que as medidas coercitivas e unilaterais impostas pelos Estados Unidos ao longo das décadas causaram à ilha "um isolamento muito sério" e ajudaram a "desacreditar sua política externa".

Rodríguez enfatizou que a medida apropriada seria "continuar a suspender elementos do bloqueio, suspender o bloqueio como um todo e deixar que os cubanos vivam em paz". Para ele, trata-se de uma "política obsoleta e fracassada que não atende aos interesses nacionais" dos EUA.

"Seu objetivo é prejudicar a família cubana"

Para Rodríguez, se Trump incluir a ilha novamente, isso confirmaria que a lista "não existe mais" e "ninguém mais acreditará nela", declarou. "É um mero instrumento, um instrumento vulgar de coerção política contra Estados soberanos", denunciou.

"O objetivo é prejudicar a família cubana", disse o ministro, acrescentando que, independentemente das medidas tomadas, "é um evento importante... um evento que despertou reconhecimento e solidariedade internacional".

Mundo comemora o fim de bloqueio 

Na terça-feira (14), após a divulgação do certificado que revoga a designação de Cuba, assinado por Joe Biden, Rodríguez declarou em comunicado que "Cuba nunca deveria ter feito parte dessa lista artribrária".

Segundo o documento, "o governo de Cuba não forneceu nenhum apoio ao terrorismo internacional durante o período de seis meses anterior" e "garantiu que não apoiará atos de terrorismo internacional no futuro".

A decisão foi saudada por diversos governos latino-americanos. A última a se manifestar foi a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, que considerou a iniciativa "muito boa".

"Estamos muito satisfeitos que, no caso de Cuba, o presidente Biden tenha retirado a questão de Cuba ser um país que apoia o terrorismo. É muito bom que isso tenha acontecido, é muito bom que ele tenha feito isso", afirmou Sheinbaum.