O jornalista norte-americano Tucker Carlson dedicou seu último programa na rede social X a Julian Assange após a conclusão das audiências em Londres, nas quais o fundador do WikiLeaks tentou recorrer de sua extradição para os EUA. A esposa do periodista australiano, Stella Assange, foi entrevistada no programa.
"O governo Biden está tentando matar o jornalista Julian Assange pelo crime de envergonhar a CIA", disse.
Carlson denunciou que Assange é "tão desprezado" pelo Governo dos EUA que, em determinado momento, o ex-diretor da CIA, Mike Pompeo, levantou a possibilidade de assassiná-lo enquanto ele estava preso na Embaixada do Equador em Londres.
"Praticamente toda a classe dominante de Washington é contra Assange e essa é a razão pela qual ele está na prisão de Belmarsh, em Londres, há anos", sem ter sido acusado de nenhum crime no Reino Unido, disse detalhou Carlson, lamentando que Pompeo não esteja sendo julgado.
A verdadeira "linha vermelha" que Assange cruzou
A esse respeito, revelou detalhes de seu encontro com o jornalista australiano na prisão britânica de alta segurança em novembro de 2023. "No outono, fomos a Belmarsh e perguntamos a Julian Assange: 'Por que você acha que é considerado o homem mais procurado nos EUA sem ter sido acusado de um crime real?
Carlson relata que Assange respondeu que, embora tenha "ficado famoso quando o WikiLeaks publicou documentos secretos do Governo dos EUA e vídeos do Iraque e do Afeganistão que eram embaraçosos para o Pentágono", a verdadeira "linha vermelha" que ele cruzou foi quando, anos depois, seu site "revelou os programas de vigilância em massa da CIA".
Medo da CIA
No programa, Carlson perguntou à convidada Stella Assange sobre a falta de cobertura da imprensa americana sobre a suposta tentativa de assassinato de Assange ordenada por Pompeo. Ela descreveu a CIA como uma "organização desonesta", temida por "todos os níveis da política americana".
"Eles são treinados para assassinar; eles são treinados para fabricar informações e publicá-las na mídia, conduzir guerras de propaganda e derrubar governos", disse a também advogada e defensora dos direitos humanos.
Stella Assange ainda chamou Pompeo de "indivíduo perigoso dentro da CIA". "A capacidade de Mike Pompeo de circular por Washington sem consequências não se deve, creio eu, à sua atratividade nos círculos de Washington, mas ao fato de ele ser visto como uma pessoa perigosa lá", declarou.
"Conhecemos a história de Julian e do plano de assassinato porque pessoas de dentro disseram que ele havia perdido o rumo, que havia ficado obcecado por Julian, que queria matar Julian e estava discutindo isso com a Casa Branca", continuou, referindo-se ao ex-diretor de inteligência. "Essa obsessão de Pompeo por Julian era parte de um sério colapso até mesmo dentro da CIA na época", continuou.
Reino Unido, "cãozinho de colo" dos EUA
Por outro lado, a advogada acusou o Reino Unido de se considerar um "cãozinho de colo" dos EUA no processo judicial e disse que Washington "pode fazer o que quiser" no tribunal. Stella Assange relatou que, durante as audiências anteriores, o lado americano "essencialmente disse ao lado britânico: 'Vocês têm que aceitar essas declarações desses promotores ao pé da letra. Vocês não querem ofender os EUA, um aliado, caso contrário, estariam insinuando que os promotores estavam mentindo'".