Fake news causam queda recorde nas transações Pix

O governo brasileiro desmentiu rumores sobre taxação e busca atualizar o sistema de comunicação para esclarecer mudanças.

A quantidade de transações por Pix registrou neste mês de janeiro a maior queda desde a implementação do sistema, em meio a dúvidas e à circulação de fake news sobre uma possível taxação.

Nos últimos dias, o governo enfrentou uma onda de desinformação sobre uma suposta taxação de transferências realizadas pelo Pix acima de R$ 5 mil.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) tem trabalhado para desmentir os boatos e esclarecer que a medida não afeta pequenos negócios.

Entre os dias 4 e 10 de janeiro, o número de transferências via Pix totalizou 1,250 bilhão, o que representa uma queda de 10,9% em comparação com o mesmo período do mês anterior, segundo um levantamento feito pelo jornal O Globo com base nos dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central.

Esse intervalo inclui as datas em que a maioria dos salários é paga, o que geralmente envolve a maior quantidade de operações mensais.

Mudanças na estratégia de comunicação digital 

Em uma nota divulgada na segunda-feira (13), a Secom informou que as recentes mudanças na estratégia de comunicação digital do governo visam apenas atualizar um "sistema de coleta de informações existente há mais de 20 anos".

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, também negou qualquer cobrança de impostos sobre o Pix.

"Isso não existe e jamais vai existir. A Constituição Federal proíbe a cobrança de qualquer tributo sobre movimentação financeira", afirmou, reforçando que a atualização do sistema tem como objetivo combater operações suspeitas, e não monitorar trabalhadores informais ou pequenos empresários.

Apesar das explicações, comerciantes têm demonstrado desconfiança e, em alguns casos, deixado de aceitar pagamentos via Pix, solicitando que os consumidores paguem em dinheiro.