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Países do G20 apoiam solução de dois Estados para Israel e Palestina e concordam que a ONU deve ser reformada

Segundo o chanceler brasileiro, "um grande número de países" expressou preocupação com a ofensiva militar excessiva em Gaza, e alertou "o risco de alastramento aos países vizinhos".
Países do G20 apoiam solução de dois Estados para Israel e Palestina e concordam que a ONU deve ser reformadaGettyimages.ru / Ministério das Relações Exteriores da Rússia/Anadolu

No encerramento da reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países do G20, nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, destacou o foco central das discussões, entre eles um apelo para que Israel suspenda sua decisão de atacar a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e um apelo para a reforma da governança global.

"Muitos [países] se posicionaram contrariamente à anunciada operação de Israel em Rafah [no sul de Gaza], pedindo que o Governo reconsidere e suspenda imediatamente essa decisão", disse Vieira.

O Governo israelense intensificou o bombardeio da cidade fronteiriça egípcia na quinta-feira, onde cerca de 1,5 milhão de palestinos de toda a Faixa de Gaza buscaram refúgio.

"Destacou-se, ademais, virtual unanimidade no apoio à solução de dois Estados como sendo a única solução possível para o conflito entre Israel e Palestina", enfatizou.

Segundo Vieira, "um grande número de países" expressou preocupação com a ofensiva militar excessiva em Gaza, e alertou "o risco de alastramento aos países vizinhos".

Várias nações também demandaram "a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas", e "em favor da liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina".

Reforma do Conselho de Segurança da ONU 

No encontro de hoje, os representantes também trataram da reforma da governança global, que para o Brasil, é uma questão "urgente e prioritária", disse Vieira.

Em particular, os países membros do G20 enfatizaram a urgência de retornar a ONU à sua essência como uma organização para garantir a paz e a segurança. Nesse sentido, explicou que havia um consenso de que o Conselho de Segurança da ONU deveria incluir "novos membros permanentes e não permanentes, especialmente da América Latina e da África" e que as organizações financeiras multilaterais, como o FMI, deveriam facilitar "o acesso ao financiamento para os países mais pobres".

Vieira também anunciou que, pela primeira vez, a presidência rotativa organizará uma segunda reunião de ministros das Relações Exteriores em setembro, a ser realizada às margens da Assembleia Geral da ONU em Nova York, nos EUA, aberta a todos os membros da organização, "para promover um apelo à reforma da governança global".  

"Será a primeira vez que o G20 se reunirá dentro da sede da ONU, em uma sessão aberta a todos os membros da organização, para promover um chamado à ação em favor da reforma da governança global", explicou.

A reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 no Rio de Janeiro foi a primeira reunião de alto nível do fórum. A segunda será realizada na próxima semana em São Paulo, com a participação dos ministros das finanças e dos chefes dos bancos centrais dos países membros.