
ONU diz que assassinato de idosa de 80 anos por Israel "pode configurar" crime de guerra

Cinco soldados israelenses utilizaram um veículo disfarçado de ambulância para atacar o campo de refugiados palestinos de Balata, em Nablus, na Cisjordânia, matando dois civis, incluindo uma idosa de 80 anos. As informações foram reveladas nesta semana pela Sky News, citando imagens da CCTV.

O exército israelense reconheceu o incidente como uma "atividade de contraterrorismo", revelou uma enviada especial da ONU, Francesca Albanese, à mídia.
Apesar disso, Albanese menciona que durante as operações controversas não foram tomadas precauções para proteger os civis, apontando que os princípios da "proporcionalidade" e da "distinção" (pelo uso de um veículo disfarçado de ambulância) "foram desrespeitados".
Em 19 de dezembro, Halima Abu Leil, de 80 anos, estava caminhando para comprar mantimentos quando foi baleada seis vezes por soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI), durante uma "operação antiterrorismo" no campo de refugiados de Balata, proximidades de Nablus. Ela morreu pouco tempo depois.
"Portanto, esse foi um assassinato a sangue frio e poderia ser um crime de guerra como um assassinato extrajudicial", acrescentou.
A família de Abu Leil disse que queria que o vídeo fosse divulgado, contando à Sky News como Halima foi atingida por seis tiros, incluindo na perna e no peito, mesmo após ter caído no chão. Segundo a Sky News, o alvo das FDI pode ter sido um grupo de palestinos armados que se escondeu no prédio antes da morte de Halima, afirmaram os militares israelenses à Sky News.
O incidente está sendo investigado, incluindo o uso de um veículo médico e alegações de danos a indivíduos não envolvidos, pelos quais os militares podem ser acusados de crimes de guerra.