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EUA retiram Cuba de lista de 'países que patrocinam o terrorismo'

O documento assinado pelo presidente Biden afirma que a ilha caribenha “não forneceu nenhum apoio ao terrorismo internacional” nos últimos seis meses.
EUA retiram Cuba de lista de 'países que patrocinam o terrorismo'AP / Ariel Ley

O governo dos Estados Unidos retirou nesta terça-feira Cuba da lista de Estados que, segundo eles, patrocinam o terrorismo, uma medida que Washington mantinha desde 12 de janeiro de 2021, quando foi assinada pelo então presidente Donald Trump.

A certificação que revoga a designação de Cuba na referida lista foi assinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e publicada pela Casa Branca "de acordo com a Constituição e as leis" dos Estados Unidos.

De acordo com o certificado, "o governo de Cuba não forneceu nenhum apoio ao terrorismo internacional durante o período de 6 meses anterior"; e, além disso, Havana "forneceu garantias de que não apoiará atos de terrorismo internacional no futuro", diz parte do documento.

Enquanto isso, a Casa Branca informou que Biden notificou o Congresso sobre a proposta de "revogar a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo". Horas antes de a medida ser anunciada, a AP informou que o governo de Biden tomaria a medida nesta terça-feira.

No entanto, a mídia advertiu que a medida poderia ser anulada quando Donald Trump assumir a presidência em 20 de janeiro, devido ao fato de que seu Secretário de Estado será Marco Rubio, um político radical que se opõe ao governo cubano e promove sanções contra a ilha.

Rejeição de Cuba à classificação

Em dezembro de 2024, o Departamento de Estado dos EUA publicou um relatório no qual sustentava que Cuba, Coreia do Norte, Irã e Síria são nações cujos governos supostamente "forneceram apoio a atos de terrorismo internacional" e, portanto, deveriam estar sujeitos a uma "ampla gama de sanções", incluindo a proibição de exportações e vendas de armas, restrições à ajuda externa dos EUA e a imposição de várias limitações financeiras, entre outras.

Cuba foi listada por Washington como "Estado patrocinador do terrorismo" em janeiro de 2021, em uma das últimas ações de Trump antes de concluir seu primeiro mandato. Anteriormente, o país esteve na lista entre 1982 e 2015. Nesse sentido, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, destacou que os EUA sabem que seu país não patrocina o terrorismo.

Além disso, ele disse que Washington, "com plena consciência, mente sobre isso para justificar a aplicação de duras medidas econômicas coercitivas de alcance extraterritorial", e descreveu a medida como "um ato desonesto e uma zombaria das vítimas do flagelo". Ele também comentou que a ilha "tem um desempenho exemplar na luta contra o terrorismo", enquanto "os EUA não podem dizer o mesmo sobre sua própria conduta".

Após ouvir a notícia, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, aplaudiu a medida de Washington em uma mensagem publicada no X, onde parabenizou Biden por buscar "o diálogo com a diversidade latino-americana". "Levantar os bloqueios, mesmo que parcialmente, é um grande avanço", disse ele.