'Rússia está produzindo em três meses o que produzimos em um ano', reclama chefe da OTAN

Mark Rutte apelou aos membros do bloco militar que gastem mais de 2% de seu PIB em defesa para "lidar com a economia" da Rússia.

Nesta segunda-feira, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, fez um apelo para que os países da aliança aumentem seus gastos militares para poderem produzir mais armamentos, em resposta à aceleração da indústria de defesa da Rússia.

"Se observarmos o que a Rússia produz em três meses, é o que toda a OTAN, de Los Angeles a Ancara, produz em um ano inteiro", comparou Rutte em discurso no Parlamento Europeu.

"A Rússia não é maior do que a Holanda e a Bélgica juntas em termos econômicos e, ainda assim, está produzindo em três meses o que toda a OTAN produz em um ano", acrescentou.

Indústria russa avança "em um ritmo mais rápido"

Rutte ressaltou que, ao comparar os "números russos" com as capacidades dos países ocidentais, Moscou está em uma posição mais vantajosa para gastar de maneira mais eficiente em defesa.

"O que eles podem comprar na Rússia pelo mesmo valor é, obviamente, muito mais barato, pois eles não têm nossos altos salários, não enfrentam nossa burocracia, podem agir com mais rapidez e, essencialmente, criaram uma economia de guerra. Todo o seu setor está agora voltado para a guerra", afirmou.

O secretário-geral também avaliou que os atuais gastos dos membros da aliança, de 2% do PIB, estão "longe de serem suficientes", apesar de 24 dos 32 membros da OTAN já cumprirem essa meta.

Rutte pediu à União Europeia que reconsidere suas prioridades orçamentárias e redirecione parte dos recursos destinados a pensões, saúde e seguridade social para o setor de defesa.

"Precisamos apenas de uma pequena fração desse dinheiro para fortalecer muito mais a defesa, por isso conto com vocês para garantir que todos invistam mais", concluiu, dirigindo-se aos parlamentares.