Executivo da Disney culpa fãs por recentes fracassos de bilheteria
Um executivo da Disney culpa as preferências de seus próprios fãs, e não as decisões internas da empresa, pelos recentes fracassos de bilheteria e as críticas negativas de seus mais recentes filmes, conforme divulgado pelo jornalista Matthew Belloni, especializado na área do entretenimento, em publicação realizada esta semana.
Belloni, que escreveu uma coluna sobre o impacto financeiro da incorporação de temas políticos às obras da Disney, conta que foi respondido por um executivo da empresa. Ele reproduz o que lhe foi dito:
"Mais e mais, nossa audiência iguala as mensagens de nossos filmes a uma questão de qualidade. Eles não vão admitir que acham desagradável o empoderamento feminino em filmes como Star Wars ou The Marvels. Ao invés disso, eles vão dizer que não gostam desses filmes porque eles são ruins. 'Faça filmes melhores' virou um código para 'faça filmes que adequam-se à normas de gênero antiquadas ou que coloquem homens na frente e em posição central de narrativas'".
A empresa norte-americana anda enfrentando uma série de problemas econômicos graves. Alguns de seus últimos filmes, como Wish e Casa Mal-Assombrada, obtiveram notas negativas na crítica especializada e sagraram-se verdadeiros fracassos de bilheteria, estando milhões de dólares aquém da arrecadação esperada.
Além disso, os parques de diversão da empresa estão registrando uma venda "surpreendentemente baixa" de ingressos e os seus serviços de streaming estão perdendo milhões de assinantes a cada mês.
A Disney mostra dificuldade em capitalizar propriamente até mesmo com franquias que são tradicionalmente sinônimos de alta arrecadação e aclamação popular. O último filme do Indiana Jones demonstrou resultados de bilheteria muito ruins, mesmo sendo um dos filmes de orçamento mais caro da história.
O executivo em questão, no entanto, nega totalmente que fenômenos estejam relacionadas à qualidade dos filmes ou a decisões erradas no setor criativo ou de gestão. Para ele, eles podem ser explicados apenas por uma suposta intolerância dos fãs, que precisam adequar-se à mentalidade daqueles que conduzem a empresa.
"Não sei por quanto tempo a Disney conseguirá continuar nesse caminho de fazer filmes terríveis e depois criticar seu público por não enxergar as questões importantes que eles estão tentando abordar nesses filmes terríveis antes de ir à falência", apontou um usuário do X. "Se você não assistir, é intolerante", brincou um outro.
Independente das preferências dos executivos da empresa, o fato é que impacto começou a manifestar-se através dos indicativos financeiros de suas ações. A mídia especializada indica que depois de três anos de perdas seguidos, 2024 ainda tende a ser um período conturbado.