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Lavrov responde a pergunta sobre interesse dos EUA pela Groenlândia

É necessário ouvir os moradores da Groenlândia, assim como a Rússia ouviu os moradores da Crimeia, Novorossiya e Donbass, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.
Lavrov responde a pergunta sobre interesse dos EUA pela GroenlândiaGettyimages.ru / Jason Edwards

Para discutir a possibilidade de a Groenlândia ser tomada pelos EUA, é necessário conhecer a posição dos residentes da ilha, assim como foi perguntada a opinião dos habitantes da Crimeia e de Donbass, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, na terça-feira.

"O primeiro-ministro da Groenlândia, [Mute Egede], disse que eles não querem ser dinamarqueses ou norte-americanos, querem ser groenlandeses. Acho que devemos ouvir os groenlandeses primeiro", disse.

Ele continuou lembrando que a Rússia agiu da mesma forma. "Sendo vizinhos de outras ilhas, penínsulas e terras, ouvimos os habitantes da Crimeia, os habitantes de Donbass e os habitantes de Novorossiya, para descobrir sua atitude em relação a um regime que chegou ao poder por meio de um golpe de Estado ilegal e não foi aceito pelos habitantes da Crimeia, Novorossiya e Donbass", explicou.

Nesse contexto, Lavrov enfatizou que se trata do direito das nações à autodeterminação.

"Nos casos em que uma nação, sendo parte de um Estado maior, se sente desconfortável nesse Estado e deseja decidir sobre sua autodeterminação de acordo com a Carta da ONU, o Estado maior é obrigado a não se opor a isso", observou o ministro.

"Se a Groenlândia acredita que Copenhague não representa os interesses de seu povo, então o direito à autodeterminação entra em jogo", continuou o chanceler.

Ele comparou a questão da Groenlândia ao processo de descolonização das décadas de 1960 e 1970, "quando os povos indígenas africanos perceberam que os colonizadores que os governavam não representavam seus interesses".

O chanceler enfatizou que uma possível decisão não deve ser tomada "como os espanhóis fizeram com a Catalunha" ou "como se faz com a Escócia".