Chefe da OTAN: se não gastarmos mais em defesa, teremos que aprender russo em 4 ou 5 anos
Os países europeus membros da OTAN precisam gastar mais de 2% do PIB em defesa para garantir sua segurança se quiserem evitar uma derrota para a Rússia, afirmou o secretário-geral da organização, Mark Rutte.
Em discurso aos Comitês de Relações Exteriores e de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu, Rutte destacou que o patamar de 2% do PIB "está longe de ser suficiente" e alertou que a União Europeia está "segura agora, mas não estará em quatro ou cinco anos".
"Se não fizerem isso, aprendam russo ou mudem-se para a Nova Zelândia. Ou decidam agora gastar mais", afirmou Rutte. Segundo ele, essa é uma questão que deve ser resolvida nos próximos três ou quatro meses para preservar a segurança na região.
Rutte também apontou que os países europeus destinam, em média, até um quarto de suas receitas a pensões e programas sociais, enquanto apenas "uma pequena parte desses recursos seria necessária para reforçar a defesa".
O secretário-geral pediu aos parlamentares que eliminem barreiras à participação de empresas não europeias na indústria de defesa da União Europeia. A medida, segundo ele, impulsionaria a inovação e fortaleceria a cooperação transatlântica diante das ameaças representadas por Rússia, China, Coreia do Norte e Irã.
- Moscou, por outro lado, nega representar qualquer ameaça à Europa. No ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, classificou como "absurdas" as especulações de que a Rússia planejaria atacar países europeus.