Rússia defende que Brasil tenha assento permanente no Conselho de Segurança
Índia, Brasil e os países africanos merecem, há muito tempo, um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em uma importante coletiva de imprensa sobre o desempenho diplomático de seu país em 2024.
"Quanto à reforma do Conselho de Segurança, ela é necessária, pois os países que têm uma responsabilidade especial tanto na economia mundial quanto nas finanças globais, e consequentemente na política mundial e nos equilíbrios militares globais, certamente não estão todos representados no Conselho", declarou o chanceler.
Ele acrescentou que, nesse contexto, "o Ocidente está novamente tentando sabotar esse processo por todos os meios para garantir sua posição privilegiada".
Lavrov criticou os países ocidentais por serem "cegamente obedientes aos EUA", citando os exemplos da Alemanha e do Japão, que também têm aspirações a assentos permanentes no Conselho de Segurança.
Segundo ele, embora Washington "já tenha seis dos 15 membros", continua a chamar a Alemanha e o Japão como seus principais candidatos a membros - países "que não têm voz independente na política mundial".
"O Ocidente já não é capaz, como na época colonial de impor suas ordens ao mundo e desviar a riqueza dos países da Ásia, África e América Latina", destacou o ministro.
Dessa forma, ele sustentou que seria "injusto" garantir mais assentos aos países do "bloco ocidental", quando há falta de representação dos países em desenvolvimento.
Entretanto, de acordo com Lavrov, a Carta da ONU não precisa de qualquer melhoria, sublinhou, uma vez que tudo o resto nela contido são "apenas princípios que requerem implementação abrangente".