
'Dois pesos, duas medidas': Fico critica hipocrisia do Ocidente em relação a Netanyahu e Putin

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, criticou o que classificou como duplicidade de critérios do Ocidente, afirmando que a alguns é permitido tudo, enquanto a outros, nada.
A declaração foi feita em referência à decisão das autoridades polonesas de permitir a participação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nos eventos que marcarão o 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz pelo Exército Vermelho da URSS.

Fico destacou que Netanyahu viajará para a Polônia mesmo estando sob um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), assim como o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"Se o presidente Putin viesse à Eslováquia, eu o receberia", disse Fico, segundo a imprensa local no domingo. O primeiro-ministro acrescentou que convidaria o presidente russo ao país e lhe garantiria proteção.
"Imagino que vocês começariam a gritar que ele deveria ser imediatamente preso e levado para Haia ou sei lá para onde", afirmou Fico, perguntando se exigirão da Polônia que prenda Netanyahu como parte de um processo criminal.
"Bem, é isso. Lutem contra a duplicidade de critérios", concluiu o primeiro-ministro eslovaco.
Visita de Netanyahu a Auschwitz
As autoridades polonesas autorizaram a participação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que ocorrerá no final deste mês, apesar da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele.
O presidente polonês, Andrzej Duda, pediu ao primeiro-ministro Donald Tusk que assegurasse que a visita de Netanyahu ocorresse "sem impedimentos", de acordo com informações da Bloomberg.
O TPI está investigando crimes de genocídio cometidos por Israel durante sua ofensiva na Faixa de Gaza, iniciada após uma operação militar do Hamas em outubro de 2023.
Em 21 de novembro, o TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Vários países como Argentina, Hungria e Alemanha anunciaram que não cumprirão os mandados, caso os dois políticos entrem em seus territórios.