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Sanções antirrussas dos EUA provocam aumentos nos preços dos combustíveis na Europa

Washington anunciou na sexta-feira um novo pacote de sanções contra Moscou que afeta mais de 200 empresas e indivíduos ligados ao setor de energia da Rússia, bem como mais de 180 navios.
Sanções antirrussas dos EUA provocam aumentos nos preços dos combustíveis na EuropaSputnik

Após o anúncio de sanções "radicais" e abrangentes dos EUA contra o setor de energia da Rússia, a Hungria emitiu um alerta crítico sobre as graves repercussões que isso poderia ter para a economia europeia. De Budapeste, foi antecipado um aumento alarmante nos preços dos combustíveis e suas consequências econômicas. O governo húngaro indicou que realizará consultas urgentes com seus parceiros europeus para tentar atenuar o impacto dessas medidas.

A situação se tornou ainda mais urgente após um novo golpe no mercado de energia da UE: a interrupção do trânsito de gás russo através da Ucrânia por Zelensky levou a um aumento explosivo nos preços do gás natural. Essa combinação de fatores gera uma perspectiva preocupante para a estabilidade econômica na Europa, onde o aumento dos preços pode afetar tanto os consumidores quanto as empresas.

O que diz a Hungria

  • O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, afirmou que o pacote de sanções "apresenta sérios desafios para o centro da Europa", observando que ele também afeta "uma empresa que desempenha um papel fundamental no fornecimento de petróleo na Sérvia".
  • "Se a demanda aumentar, mas a capacidade de processamento diminuir, infelizmente isso significa que enfrentamos um risco muito sério de aumento de preços", afirmou.
  • Nessas circunstâncias, Budapeste estará "em estreita coordenação" com seus parceiros "a fim de proteger o povo húngaro e o povo da Europa Central das sanções dos EUA que causam um aumento nos preços da gasolina" e "um impacto negativo no desempenho econômico geral".
  • Szijjarto ficou satisfeito com o fato de que o mandato do presidente Joe Biden está terminando e que um presidente que "não vê a Hungria como um inimigo, mas como um amigo" chegará em breve.

O que as sanções afetam

  • As restrições, anunciadas na sexta-feira, afetam mais de 200 empresas e indivíduos ligados ao setor de energia da Rússia, bem como mais de 180 navios.
  • As sanções atingem o setor petrolífero da Rússia, abrangendo dois grandes produtores - Gazprom Neft, uma subsidiária da gigante estatal russa de energia Gazprom, e Surgutneftegaz - bem como mais de duas dúzias de suas subsidiárias e entidades que prestam vários serviços a ambas as empresas petrolíferas, como seguros e transporte.
  • Algumas das subsidiárias sancionadas da Gazprom Neft estão sediadas no Tajiquistão, em Luxemburgo, no Cazaquistão, na Sérvia e no Quirguistão.
  • A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, declarou que Washington está, portanto, "aumentando o risco de sanções associadas ao comércio de petróleo da Rússia, incluindo transporte e facilitação financeira em apoio às exportações de petróleo russas".
  • O próprio Biden admitiu que as sanções antirrussas provavelmente aumentariam os preços da gasolina em seu país.

Situação em profundidade

  • A Hungria já está irritada com os problemas de fornecimento de gás, após a decisão da Ucrânia de interromper o trânsito de gás russo por seu território a partir de 1º de janeiro.
  • Um dia após a interrupção, os preços do gás natural na Europa atingiram o valor mais alto desde outubro de 2023, chegando a US$ 540 por 1.000 metros cúbicos.
  • Szijjarto chamou a medida de "inaceitável e contrária às expectativas ligadas à integração da UE" e ressaltou o direito soberano de cada país de decidir como e onde obter sua energia, enfatizando que "ninguém pode influenciar isso de fora".
  • Paralelamente, a Eslováquia alertou sobre "medidas duras" contra Kiev, incluindo a retenção de ajuda, caso não seja encontrada uma solução para a interrupção do trânsito de gás russo. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, acusou o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, de "sabotar os interesses financeiros da Eslováquia e da UE", e afirmou que Bratislava "não tem motivos para tolerar as aventuras de Zelensky".