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Governo Milei vai acabar com instituto nacional contra discriminação e racismo

A notícia foi confirmada por Manuel Adorni, porta-voz da presidência argentina.
Governo Milei vai acabar com instituto nacional contra discriminação e racismoAP / Maya Alleruzzo

O porta-voz da presidência da Argentina, Manuel Adorni, anunciou na quinta-feira o fechamento do Instituto Nacional contra a Discriminação, Xenofobia e Racismo (Inadi), e antecipou que esse será o primeiro de outros órgãos a serem eliminados durante a atual administração.

"Sobre o Inadi, estamos começando com seu fechamento definitivo. Ele tem cerca de 400 funcionários, dezenas de escritórios em todo o país", disse ele, justificando a medida polêmica com base em um suposto excesso de burocracia.

Adorni afirmou ainda que esse e outros órgãos, muitas vezes, têm como particularidade serem dirigidos por "funcionários de idoneidade duvidosa".

Ele advertiu que o governo do presidente Javier Milei não continuará a financiar agências que servem apenas para "a linha política" ou para obter cargos que "não agregam nada em um país empobrecido" e que são financiados com os impostos dos cidadãos.

Em linguagem mais direta, definiu essas instituições como "grandes caixas da política", que servem apenas para gerar "emprego militante". 

Em alguns casos, disse ele, o fechamento de determinados departamentos será feito por decreto, mas em outros será suficiente que cada ministro decida de acordo com as estruturas e o número de funcionários.

"Não há razão para que um argentino pague seu salário com o sacrifício que faz ao pagar seus impostos. Isso é algo que estaremos resolvendo de instituto em instituto", disse ele.

A decisão do Governo está provocando muita controvérsia, sobretudo de críticos que argumentam que Milei não detém os poderes legais para extinguir o Inadi. 

"É um órgão criado por lei, portanto o governo não pode tomar essa decisão unilateralmente. As organizações de direitos humanos devem levantar suas vozes para evitar esse abuso inaceitável", disse o deputado Esteban Paulón.

"Repudio totalmente essa decisão", acrescentou Germán Martínez, líder da bancada parlamentar peronista 'Unidos por la Patria' na Câmara dos Deputados.