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Suspeito de ataque a assentamento do MST é preso pela Polícia Civil de SP

O ataque em Tremembé, que deixou dois mortos, foi motivado por um desentendimento sobre a negociação de um terreno, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
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A Polícia Civil de São Paulo anunciou no sábado a prisão de um homem suspeito de ser o responsável por um ataque a tiros em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado no acampamento Olga Benário, em Tremembé (SP). As informações são do jornal O Globo.

O incidente, que ocorreu na noite de sexta-feira, deixou pelo menos duas pessoas mortas e outras seis feridas. Os agressores invadiram o local por volta das 23h, utilizando cinco veículos e duas motocicletas, e dispararam contra as vítimas que se encontravam em um espaço comum. Os feridos foram atendidos em unidades de saúde em Tremembé e no Hospital Regional de Taubaté. 

O suspeito, identificado como "Nero do Piseiro", já tinha antecedentes por porte ilegal de arma e foi reconhecido por testemunhas. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a motivação do ataque teria sido um desentendimento relacionado à negociação de um terreno na área do assentamento.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) ordenou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar o ataque. Em um ofício enviado à PF, o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, mencionou a violação de direitos humanos. Uma equipe da PF, composta por agentes, peritos e papiloscopistas, foi enviada ao local do crime.

Pronunciamentos

O MST de São Paulo reiterou que o ataque foi um "massacre" e criticou a ausência de políticas de segurança adequadas nas áreas de reforma agrária. O ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), também se manifestou nas redes sociais, chamando o crime de "gravíssimo" e exigindo ações imediatas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou a publicação de Teixeira.

Sob a liderança de Teixeira, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar divulgou uma nota oficial de repúdio ao ocorrido. "O MDA repudia o crime e expressa solidariedade e apoio aos assentados da reforma agrária, especialmente às famílias de Valdir do Nascimento e Gleison Barbosa Carvalho, brutalmente assassinados neste caso", afirmou a nota publicada no site oficial do ministério.