As autoridades polonesas autorizaram a participação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que ocorrerá no final deste mês, apesar da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele.
O presidente polonês, Andrzej Duda, pediu ao primeiro-ministro Donald Tusk que assegurasse que a visita de Netanyahu ocorresse “sem impedimentos”, de acordo com informações da Bloomberg.
A chefe de Gabinete de Duda, Malgorzata Paprocka, confirmou que o presidente solicitou medidas para garantir a segurança do primeiro-ministro israelense durante sua estadia na Polônia.
"Na opinião do presidente, trata-se de um evento significativo, e todos os representantes de Israel devem poder participar, especialmente por se tratar do campo de Auschwitz", afirmou Paprocka.
O gabinete de Tusk declarou, na quinta-feira, que Netanyahu não será preso caso viaje à Polônia. A nota do governo polonês reafirma que a participação de líderes israelenses nas cerimônias de 27 de janeiro de 2025 é uma forma de “ homenagem ao povo judeu, milhões de cujas filhas e filhos foram vítimas do Holocausto realizado pelo Terceiro Reich”.
No entanto, ainda não se sabe se Netanyahu comparecerá à cerimônia. Uma fonte anônima afirmou que, por enquanto, o evento não consta na agenda do primeiro-ministro, mas que a possibilidade está sendo considerada, caso receba um convite.
O governo polonês, por sua vez, foi informado pela Embaixada de Israel de que o ministro da Educação de Israel representará o país.
O TPI está investigando crimes de genocídio cometidos por Israel durante sua ofensiva na Faixa de Gaza, iniciada após uma operação militar do Hamas em outubro de 2023.
Em 21 de novembro, o TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Vários países como Argentina, Hungria e Alemanha anunciaram que não cumprirão os mandados, caso os dois políticos entrem em seus territórios.