As Forças de Defesa de Israel (FDI) impuseram novas restrições à cobertura da mídia sobre soldados, em meio a preocupações de que possam ser processados no exterior por envolvimento em crimes de guerra, informou o jornal The Times of Israel nesta quinta-feira.
Conforme as novas regras, a imprensa não poderá exibir nomes completos ou rostos de soldados com patente de coronel ou inferior em entrevistas. A medida segue as diretrizes já aplicadas a pilotos e integrantes de unidades de forças especiais.
As restrições serão aplicadas a todos os membros do exército, com atenção especial àqueles que possuem cidadania estrangeira, considerados mais vulneráveis a processos judiciais ao viajarem para outros países.
Além disso, antes de conceder entrevistas, os militares serão orientados pelo Departamento de Direito Internacional do Gabinete do Advogado Geral Militar, e o material gravado deverá ser aprovado pelo Departamento de Censura Militar e Segurança da Informação das FDI.
A decisão foi tomada após um caso envolvendo um soldado israelense que fugiu do Brasil, onde a Justiça Federal havia autorizado uma investigação contra ele por crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza.
O pedido de investigação no Brasil foi apresentado pela Fundação Hind Rajab, organização que identifica soldados israelenses com base em publicações feitas pelos próprios soldados nas redes sociais sobre operações na Palestina.