O soldado israelense, Yuval Vagdani, que fugiu do Brasil após a Justiça Federal aprovar um pedido de investigação contra ele por crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza, retornou a Israel na quarta-feira (8), de acordo com informações do The Times of Israel.
Segundo o jornal, Vagdani teve que interromper a viagem que havia planejado por mais de quatro anos.
"Eu acordei de manhã e vi que tinha 8 ligações perdidas. O chanceler, minha mãe, meus irmãos, cônsules... Eu sabia que algo estava errado", relatou o soldado, afirmando que estava no Brasil em sua "viagem dos sonhos" após um longo período na reserva. Ser obrigado a deixar o país "foi como levar um tiro no coração", desabafou.
Vagdani revelou que deixou o Brasil com ajuda do Ministério das Relações Exteriores de Israel, sendo "contrabandeado" para a Argentina. De lá, embarcou para Miami, nos Estados Unidos, antes de retornar a Israel.
O pedido de investigação no Brasil foi apresentado pela Fundação Hind Rajab (HRF), uma organização que leva o nome de uma menina de 6 anos assassinada por Israel em Gaza.
A fundação identifica soldados israelenses por meio de publicações feitas nas redes sociais sobre operações na Faixa de Gaza. Quando viajam para o exterior, as autoridades locais são alertadas para processá-los por crimes de guerra.
Vagdani alegou que o relatório da HRF "não contém provas suficientes" que o incriminem.