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Venezuela denuncia nova "campanha midiática" contra migrantes
O ministro venezuelano da Comunicação, Freddy Ñáñez, advertiu que essa "nova onda de xenofobia" é acompanhada por uma ameaça implícita dos EUA.
O Governo venezuelano denunciou nesta quarta-feira "a reedição de uma campanha midiática" dirigida a seus cidadãos que vivem no exterior, que busca vinculá-los a organizações armadas que operam nos EUA para obter ganhos políticos, embora o método envolva "uma nova onda de xenofobia".
"Denuncio a reedição de uma campanha midiática contra a Venezuela que afeta diretamente nossa população migrante. Com publicações pagas como esta da Voz da América (que é o porta-voz da Casa Branca), e um enxame de bots e 'influenciadores' de direita, pretende-se inocular uma perigosa matriz de opinião que falsamente vincula os venezuelanos a gangues armadas que operam nos EUA", diz parte da mensagem escrita pelo ministro venezuelano da Comunicação, Freddy Ñáñez, em sua conta no X.
O funcionário ainda advertiu que essa "nova onda de xenofobia é acompanhada por uma ameaça implícita do império —os EUA— que, desde o decreto de Obama, tem procurado estigmatizar a Venezuela".
A origem da polêmica
O funcionário estava se referindo a uma série de artigos de jornal que apareceram nos últimos dias ligando membros da gangue 'Tren de Aragua' (desmantelada pelas autoridades venezuelanas no final de 2023) a outras organizações criminosas que operam em solo americano para realizar assaltos, roubar telefones celulares e cometer fraudes, algo que foi inicialmente divulgado pelo The New York Post, com base em relatórios da Polícia de Nova York.
De acordo com essa versão, membros do 'Tren de Aragua' teriam cruzado a fronteira dos EUA e recrutado novos membros em abrigos de migrantes por meio de mensagens telefônicas com o texto: "Preciso de um telefone. Tenho dólares. Estou disponível. Vamos a isso".
Entre os criminosos pertencentes à gangue que supostamente fizeram da cidade de Nova York seu centro de operações está seu líder, Héctor Guerrero, conhecido como 'El Niño Guerrero', por quem as autoridades venezuelanas estão oferecendo uma recompensa de US$ 250.000 por informações que levem à sua localização e captura.
A verdadeira causa da campanha
Em reflexões complementares sobre as causas da migração venezuelana nos últimos anos, Ñáñez pediu para lembrar que "as sanções são a principal causa" e enfatizou que "os rostos e sobrenomes daqueles que as solicitaram na época e daqueles que continuam a defendê-las" são bem conhecidos.
O comentário foi acompanhado de uma captura de tela de um artigo da CNN en español intitulado 'María Corina Machado adverte que milhões de venezuelanos podem migrar se Maduro não permitir eleições livres'.
Com base nisso, o ministro da Comunicação da Venezuela considerou que a chantagem vulgar que eles querem promover é impressionante e pode ser resumida da seguinte forma: "se você não votar na direita, haverá mais migração".
Nesse sentido, explicou que "a migração venezuelana faz parte de um fenômeno duplo": por um lado, ataques contra a economia do país; por outro, uma população que "retorna ao seu país de origem" quando pode.
"Nem os EUA nem a extrema direita venezuelana fizeram nada para aliviar as sanções e permitir as condições para a repatriação em massa. O uso propagandístico da migração venezuelana tem um objetivo muito claro: justificar qualquer agressão contra nosso país", acrescentou.