Scholz para Trump: "As fronteiras não devem ser movidas pela força"
O chanceler alemão, Olaf Scholz, criticou nesta quarta-feira as recentes declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre o desejo de Washington de obter controle sobre a Groenlândia.
"Em minhas conversas com nossos parceiros europeus, ficou clara uma certa falta de compreensão das declarações atuais vindas dos EUA", afirmou Scholz, segundo a mídia local.
"O princípio da inviolabilidade das fronteiras se aplica a todos os países, independentemente de estarem a leste ou a oeste de nós", declarou, enfatizando que "as fronteiras não devem ser movidas pela força". "E todos os estados devem obedecer a ele, independentemente de serem um país pequeno ou um estado muito poderoso", enfatizou o chanceler alemão.
Trump - que ainda não está no cargo e tomará posse em 20 de janeiro - reviveu recentemente os apelos durante seu primeiro mandato para que a Groenlândia se torne parte dos EUA, chamando isso de "uma necessidade absoluta".
Trump declarou esta semana que a Dinamarca deveria abrir mão da Groenlândia em favor dos EUA para garantir a proteção do "mundo livre". "As pessoas [na Groenlândia] provavelmente votarão pela independência ou sairão com os Estados Unidos", afirmou, enquanto ameaçava Copenhague com a imposição de tarifas "em um nível muito alto". Ele também não descartou o uso de força militar para tomar a ilha.
A ilha, em sua maior parte coberta de gelo, com apenas 57.000 habitantes, faz parte da Dinamarca há mais de 600 anos. Ela foi uma colônia dinamarquesa até 1953, mas agora é um território autônomo da Dinamarca e, em 2009, ganhou o direito de reivindicar a independência por meio de uma votação. Em 2023, o governo da Groenlândia apresentou seu primeiro projeto de constituição.