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EUA insistem em proclamar Edmundo Gonzalez presidente e Caracas responde

As autoridades venezuelanas advertiram que enfrentarão "firmemente" qualquer tentativa de desestabilização.
EUA insistem em proclamar Edmundo Gonzalez presidente e Caracas respondeAP / Mark Schiefelbein

O governo venezuelano condenou na segunda-feira um comunicado da Casa Branca que insiste em reconhecer o ex-candidato da oposição Edmundo González Urrutia como o vencedor das eleições presidenciais de julho passado, e que informa sobre a reunião que o político manteve com o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, considerando que se trata de atos de ingerência.

Para Caracas, a declaração de Washington "representa uma violação flagrante do direito internacional" e é "uma tentativa grosseira de perpetuar a interferência imperialista na América Latina", de acordo com uma declaração divulgada no Telegram pelo ministro das Relações Exteriores, Yván Gil.

"É grotesco que um governo cessante, como o de Joe Biden, afundado no descrédito político e marcado por um legado de fracassos domésticos e internacionais, insista em apoiar um projeto violento (o de González Urrutia) que já foi derrotado pelo voto popular e pela democracia revolucionária do povo venezuelano", diz o texto.

Na opinião das autoridades venezuelanas, "a Administração Biden [...] está mais uma vez recorrendo a estratégias de intervenção desgastadas, tentando inflar artificialmente figuras políticas insignificantes na Venezuela, enquanto ignora a clara vontade soberana" do povo venezuelano.

"Essas manobras, que carecem de legitimidade e sentido histórico, apenas demonstram a decadência moral e institucional de um governo que se aproxima inexoravelmente de seu fim", acrescentaram.

A Venezuela advertiu então que "qualquer tentativa de minar" sua "estabilidade ou incitar a violência será enfrentada com firmeza, dignidade e o apoio de um povo consciente de sua força e de sua capacidade de derrotar o fascismo".

O que diz a declaração da Casa Branca?

Anteriormente, a Casa Branca informou que Biden recebeu "o presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia" com o objetivo de "discutir esforços compartilhados para restaurar a democracia na Venezuela".

Também foi afirmado que o presidente que está deixando o cargo apóia a versão de González Urrutia de que as eleições presidenciais foram "profundamente falhas", apesar de o candidato da oposição ter "recebido a maioria dos votos por uma margem insuperável". Ao contrário dessa afirmação, o político de direita não ofereceu nenhuma evidência para apoiar o triunfo que ele alega.

"Ambos os líderes concordaram que não há nada mais essencial para o sucesso da democracia do que respeitar a vontade do povo, expressa por meio de um processo eleitoral transparente e responsável, e que a vitória da campanha de González Urrutia deve ser honrada por meio de uma transferência pacífica de volta ao governo democrático", diz o comunicado oficial da reunião.

Além disso, foi indicado que Biden "acompanhará de perto os protestos planejados para 9 de janeiro na Venezuela", em referência a uma convocação para protestos de rua anunciada no dia anterior pela líder da ala extremista da oposição, María Corina Machado.