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Cientista político canadense é colocado na lista negra do portal radical ucraniano após criticar o nazismo

Ivan Katchanovski, professor de meio período da Universidade de Ottawa, chamou sua inclusão na lista de "orwelliana".
Cientista político canadense é colocado na lista negra do portal radical ucraniano após criticar o nazismoLegion-media.ru / Christine Roth

O cientista político canadense Ivan Katchanovski foi incluído no polêmico portal radical ucraniano Mirotvórets, que publica detalhes pessoais daqueles considerados inimigos de Kiev, por supostamente divulgar "mitos de propaganda" anti-ucranianos.

Katchanovski, professor em tempo parcial da Universidade de Ottawa, chamou sua inclusão na lista de "orwelliana" e associou a medida a seus estudos sobre a extrema direita ucraniana. "Mirotvórets colocou impunemente na lista negra muitos políticos, jornalistas e acadêmicos ucranianos e ocidentais como 'criminosos' por questionarem a propaganda do governo ou promoverem a paz na Ucrânia", denunciou.

O acadêmico afirmou que seu tuíte 'curtindo' o magnata norte-americano Elon Musk "sobre o veterano nazista da SS da Galícia"; sua publicação sobre um "líder neonazista de Azov, que fez a saudação nazista em frente a uma bandeira nazista"; e seu "estudo acadêmico sobre o envolvimento da extrema direita" no Maidan "são publicados pelo Mirotvórets como prova de um 'ato deliberado contra a segurança nacional da Ucrânia, a paz, a segurança da humanidade e a ordem jurídica internacional, bem como outros crimes'".

Em sua opinião, ele está na lista por "'lançar [uma] campanha contra' um veterano da Divisão SS Galicia aclamado como herói no parlamento canadense", em uma aparente referência a Yaroslav Hunka. O veterano de 99 anos ganhou destaque em 2023, quando apareceu no parlamento canadense como convidado durante uma visita do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, e foi aplaudido de pé.

Hunka lutou na 1ª Divisão Ucraniana, também conhecida como 14ª Divisão Waffen-SS Grenadier ou Divisão Galizien, formada principalmente por voluntários ucranianos da região da Galícia e infame por cometer crimes de guerra contra milhares de civis poloneses durante a Segunda Guerra Mundial, além de recrutar soldados eslavos para as fileiras do Terceiro Reich.

Katchanovski também reclamou que sua propriedade na Ucrânia havia sido "ilegalmente confiscada" em retaliação às suas investigações. "Minha casa, minha terra e o restante de minha propriedade no oeste da Ucrânia foram confiscados ilegalmente com a participação de políticos oligárquicos, ligados aos atiradores de extrema direita de Maidan, em retaliação aos meus estudos acadêmicos sobre o massacre de Maidan", disse.

  • O Mirotvórets publica dados pessoais de jornalistas e figuras públicas de diferentes países que, de acordo com seus administradores, representam uma ameaça à segurança nacional da Ucrânia e, embora formalmente não seja um registro oficial, pode afetar a entrada no país.
  • Várias pessoas da lista foram posteriormente assassinadas, inclusive Daria Duguin, filha do influente filósofo russo Alexander Duguin, cuja morte foi orquestrada pelos serviços secretos ucranianos, de acordo com o Serviço Federal de Segurança da Rússia.