Cresce apoio ao cessar-fogo de Trump entre militares da Ucrânia - imprensa dos EUA

O número de militares na Ucrânia que apoiam os pedidos de cessar-fogo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, está crescendo, informou o jornal The Washington Post no sábado.
"Tudo aponta nessa direção", disse o comandante de um batalhão ao jornal. "Muita coisa foi influenciada pela eleição dos EUA e pela retórica de Trump", disse ele.
"Exaustão e moral baixa"
De acordo com o jornal, a situação na linha de frente está cada vez mais crítica para Kiev, com seus soldados reclamando da falta de armamento, enquanto as tropas russas começaram a se aproveitar das "vulnerabilidades de uma defesa ucraniana enfraquecida".
O WP observa que muitos soldados tiveram que gastar seu próprio dinheiro ou contar com voluntários civis para obter equipamentos essenciais, como drones e veículos.
Os ataques russos, apoiados por artilharia pesada e bombardeios de drones, continuam inabaláveis,"empurrando os ucranianos para trás, um pequeno pedaço de território de cada vez", acrescenta o jornal.
A situação se tornou ainda mais alarmante para Kiev devido ao avanço da Rússia em direção à cidade estratégica de Krasnoarmeisk (também conhecida como Pokrovsk na Ucrânia), colocando em risco as principais rotas de logística e abastecimento.
Em meio a essa incerteza, os soldados ucranianos compartilham suas experiências de exaustão e baixo moral: "Eliminamos um soldado russo e aparecem dois em seu lugar", reclama um militar. "Há uma sensação de que existe um número ilimitado deles", acrescenta.
Mobilização lenta e desorganizada
O veículo de mídia acrescenta que esse desespero também se manifesta na crescente frustração com o próprio regime de Kiev, criticado por uma campanha de mobilização considerada lenta e desorganizada.
As autoridades de Kiev só conseguiram mobilizar 200.000 pessoas em 2024, enquanto que, de acordo com o plano do ex-comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeri Zaluzhny, haviam planos de mobilizar 500.000, escreve o jornal.
''A situação é tão ruim que eu não condeno aqueles que desertam", diz um soldado.
"A situação é horrível"
"Não vou lhe dar números, mas a situação é horrível", observa o comandante de um batalhão que luta na região de Krasnoarmeisk. Como ele explica, o recrutamento está em andamento, mas as baixas são tão significativas que é necessário um reabastecimento urgente.
À medida que a situação evolui, alguns soldados também aceitaram o fato de que o apoio armamentista do Ocidente está diminuindo, ressaltando que, sem a ajuda fornecida por seus aliados, a Ucrânia não tem os recursos militares necessários para fazer os russos recuarem.