A França entregou uma base militar ao Chade após retirar suas tropas do país da África Central, onde o governo chadiano rescindiu um acordo de defesa com Paris, alegando ineficácia. Na quinta-feira, o Exército chadiano informou que as tropas francesas foram transferidas de Faya-Largeau para N'Djamena.
No mesmo dia, uma aeronave Antonov 124, carregando mais de 70 toneladas de carga, partiu de N'Djamena em direção à França, conforme informado no site do presidente do Chade.
A retirada das tropas de Abeche e N'Djamena também está prevista, segundo uma declaração do Chefe do Estado-Maior Militar citada pela imprensa local. O Exército chadiano afirmou que comunicaria o público sobre a retirada das tropas dessas bases. De acordo com o Estado-Maior do Exército Francês, cerca de trinta soldados estavam estacionados em Faya, e a entrega dessa base será seguida pelas de Abeche e N'Djamena nas próximas semanas.
Novas perspectivas
O Chade, último aliado militar da França no Sahel, tinha cerca de 1.000 soldados no país, após a retirada das tropas francesas de Burkina Faso, Mali e Níger, que expulsaram os militares franceses por não conseguirem combater os jihadistas.
Os três países agora buscam novas alianças, incluindo laços de segurança mais estreitos com a Rússia. O Chade também rompeu sua cooperação militar com a França em novembro, seguindo o exemplo de seus vizinhos.
Anteriormente, o presidente do Chade, Mahamat Idriss Deby Itno, afirmou que o tratado de cooperação militar com a França estava "completamente desatualizado", por não refletir as atuais realidades de segurança, geopolítica e soberania do país.
O governo do Chade enfatizou seu compromisso em fortalecer a independência estratégica e a soberania, priorizando parcerias internacionais baseadas em respeito e interesses mútuos.