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'Preços diferenciados': o programa de 20 produtos acordado por Milei para combater a inflação

O Governo argentino concordou com as redes de supermercados em aplicar um desconto de 20% em uma lista de bens de consumo massivo.
'Preços diferenciados': o programa de 20 produtos acordado por Milei para combater a inflaçãoGettyimages.ru / Tomas Cuesta

As redes de supermercados da Argentina lançaram o programa 'Preços Diferenciados' na terça-feira, depois de chegarem a um acordo com o governo de Javier Milei para manter, em caráter provisório, um desconto de 20% em uma lista de produtos de consumo de massa.

A "Red Súper Argentinos", composta pela Câmara Argentina de Supermercados (CAS) e pela Federação Argentina de Supermercados e Autosserviços (FASA), informou que os produtos designados para a cesta básica estarão disponíveis a partir de quarta-feira, 27 de dezembro, e durante 60 dias em todo o país.

A Rede anunciou o programa após uma série de reuniões com o Secretário de Comércio da Argentina, Pablo Lavigne, e o Subsecretário de Defesa do Consumidor, Fernando Blanco Muiño.

No entanto, essa é uma iniciativa do setor privado que até agora não foi anunciada pelo governo "libertário". Do ponto de vista discursivo, o presidente Milei sempre foi contra as políticas de controle de preços e a favor de deixar os preços se "autorregularem" por meio da lógica da oferta e da demanda.

Continuidade ou livre mercado?

No entanto, o programa de Preços Diferenciados parece ser o substituto dos programas de Preços Cuidados e Preços Justos, implementados pelo governo de Alberto Fernández em uma tentativa infrutífera de conter a inflação, que ultrapassou 160% ao ano em novembro.

Diferentemente dos anteriores, esse acordo, do qual não foram fornecidos mais detalhes, abrange uma lista muito mais limitada de produtos do que os anteriores, que ultrapassavam 1.700 itens. Além disso, de acordo com as câmaras de supermercados, ele não implica em um "congelamento" dos preços.

"Nesta nova etapa, sem controles de preços, congelamentos e outras formas de intervenção estatal, os empresários contribuem, voluntária e temporariamente, para que o flagelo inflacionário afete menos o poder de compra dos consumidores", disse a Red Súper Argentinos em um comunicado.

"Dessa forma, os supermercados argentinos reafirmam seu compromisso permanente com o país e o consequente apoio à atual administração, oferecendo produtos de primeira necessidade a preços muito convenientes para seus clientes", disse o comunicado.

A lista incluiria açúcar, erva-mate, macarrão, farinha, óleo, bolachas e biscoitos, ovos, leite, pão, legumes, purê de tomate e doce de leite. Também refrigerantes, chá, mate cozido, papel higiênico, sabonete, alvejante, rolos de cozinha e detergente.

Depois de vencer as eleições, o atual presidente, Javier Milei, reconheceu que nos primeiros meses de seu governo, que já começou a aplicar um duro ajuste, haverá uma situação de "estagflação", mas prometeu "acabar" em dois anos, no máximo, com a alta da inflação, um problema crônico na Argentina.