Notícias
Domínio do dólar está diminuindo, sugerem dados do FMI
Os números mostram que, enquanto o dólar perde espaço de forma constante nos últimos três trimestres, moedas "não tradicionais" têm ganhado terreno.
A participação do dólar nas reservas cambiais globais caiu para o menor nível em quase 30 anos, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgados nesta sexta-feira.
As estatísticas indicam que a participação da moeda norte-americana nas reservas oficiais recuou 0,85% entre julho e setembro deste ano, atingindo 57,4%, o menor patamar desde 1995. O FMI informou que não possui dados para períodos anteriores.
O organismo já havia destacado essa tendência em junho, em um blog oficial, atribuindo o declínio à diversificação comercial promovida por países ao redor do mundo.
Os números mostram que, enquanto o dólar perde espaço de forma constante nos últimos três trimestres, moedas "não tradicionais" têm ganhado terreno.
Os dados também apontam uma mudança no desempenho do yuan chinês, cuja participação no câmbio global subiu para 2,17% no terceiro trimestre.
Tendência à desdolarização
Após a escalada do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, os Estados Unidos impuseram sanções que restringiram transações em dólares do banco central russo. Isso forçou a Rússia a buscar alternativas e intensificou o movimento de desdolarização.
Dados de setembro indicam que Moscou e seus parceiros do bloco BRICS utilizam moedas nacionais em 65% dos acordos comerciais mútuos.
O presidente russo chegou a afirmar que, ao negar o uso do dólar à Rússia, os países ocidentais "estão impulsionando esse processo com suas ações não apenas descuidadas, mas também pouco profissionais e estúpidas".
Apesar da tendência de queda, o dólar permanece a principal moeda de reserva global, de acordo com o FMI, com o euro consolidado em segundo lugar.
