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Mais de 10 mil migrantes morreram tentando chegar à Espanha em 2024
Entre as vítimas estão 421 mulheres e 1.538 crianças e adolescentes.
O ano de 2024 foi o mais mortal para migrantes que tentaram chegar à costa espanhola pelo mar, de acordo com o relatório mais recente da ONG Caminando Fronteras.
Ao todo, 10.457 pessoas perderam a vida, uma média de 30 mortes por dia. Entre as vítimas, estavam 421 mulheres e 1.538 crianças e adolescentes.
A rota do Atlântico foi a mais perigosa, concentrando 93% das mortes, seguida pela rota da Argélia, com 517 vítimas, e pela rota do Estreito de Gibraltar, onde 110 pessoas perderam a vida. No total, 131 embarcações naufragaram com todas as pessoas a bordo.
Drama tristemente comum
Em abril, o Brasil vivenciou um episódio trágico semelhante aos que ocorrem com frequência no litoral de países como Espanha e Itália: nove corpos em avançado estado de decomposição foram encontrados em um pequeno barco à deriva nas águas do norte do país.
Com base no número de roupas impermeáveis dentro da embarcação, acredita-se que ao menos 25 pessoas estavam a bordo. As que não foram localizadas podem ter sido lançadas ao mar após morrerem.
As autoridades suspeitam que todos os ocupantes morreram de sede e fome durante a travessia em busca de uma vida melhor.
Segundo o monitoramento da Caminando Fronteras, em 2023, 6.618 pessoas morreram tentando chegar à Espanha, sendo 363 mulheres e 384 crianças.
Durante esse período, a rota do Atlântico para as Ilhas Canárias foi a mais letal do mundo, com 6.007 mortes. Apenas entre janeiro e março deste ano, cerca de 1.500 pessoas desapareceram na travessia.
Os documentos encontrados confirmaram que as vítimas eram provenientes do continente africano, principalmente da Mauritânia e do Mali.