Um casal da Califórnia, EUA, está processando um médico especialista em fertilidade por supostamente ter engravidado a mulher com o esperma de um estranho ao invés do de seu marido na década de 1980, informa o The Independent.
De acordo com o processo, em 1983, após não conseguirem engravidar naturalmente, Jane e John Roe procuraram a ajuda do doutor Hal C. Danzer, do Instituto de Fertilidade de Los Angeles, que sugeriu que eles tentassem a inseminação intrauterina. Após várias tentativas fracassadas, o casal conseguiu conceber gêmeos em outubro de 1985 e, nove meses depois, Jane deu à luz.
No início deste ano, no entanto, o casal descobriu que John não tinha parentesco biológico com suas filhas. Uma das gêmeas tinha interesse em conhecer a ascendência de sua família e ficou "chocada e consternada" quando os resultados mostraram que ela tinha parentesco biológico com a mãe, mas não com o pai.
Sua irmã gêmea foi submetida a um teste de DNA para confirmar que não era coincidência, mas os resultados foram semelhantes: as gêmeas tinham 50% de DNA judeu Ashkenazi do pai biológico. Essa composição genética não coincidia com a de John, que é de ascendência grega.
O casal ficou "arrasado por ter sido enganado de uma forma tão terrível" e com sofrimento emocional, de acordo com o processo. Eles acusaram Danzer de ter "violado seu juramento como médico", bem como a "autonomia corporal" de Jane ao usar o esperma de um estranho.
Para Jane, o fato de que "um médico de confiança a violou medicamente, engravidando-a com o esperma de um estranho sem o seu consentimento, é um horror que ela acredita que nunca vai superar".
Por sua vez, John entrou em uma "depressão profunda" após receber a notícia, pois "sente como se uma parte fundamental de sua identidade, a de ser pai, tivesse sido tirada dele da noite para o dia".
Eles ainda ficaram sabendo que o histórico médico familiar do pai biológico dos gêmeos inclui hipertensão, colesterol alto, câncer de mama, diverticulite, osteoporose e demência/doença de Alzheimer, ataque de gota e ataque cardíaco.
O próprio doador morreu aos 63 anos de idade de lipossarcoma na coxa.
Jane e Jonh estão processando Danzer por estupro médico, fraude, inflição intencional de sofrimento emocional, enriquecimento sem causa, negligência e/ou imperícia e violação do pacto implícito de boa-fé e negociação justa.