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Brasil denuncia ocupação israelense "ilegal" na Corte Internacional de Haia

Mais de 50 países participam da audiência de uma semana, que começou na segunda-feira, e segue uma resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU para a CIJ em dezembro de 2022.
Brasil denuncia ocupação israelense "ilegal" na Corte Internacional de HaiaGettyimages.ru / Selman Aksunger

Em audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), a chefe da divisão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Maria Clara de Paula Tusco, defendeu, que as ocupações israelenses são "ilegais" e "violam os direitos dos palestinos".

A diplomata disse em seu discurso que a ocupação dos territórios palestinos desde 1967 é uma "violação dos direitos humanos e de inúmeras resoluções" da ONU e afirmou que "não pode ser aceita e muito menos normalizada pela comunidade internacional".

Tusco ainda exigiu de Israel a retirada das suas tropas das terras palestinas.

"Israel deve por um fim à ocupação de Palestina. A sua principal obrigação é cessar e não repetir os atos e omissões pelos quais ocupa e prolonga a ocupação dos territórios palestinos", disse, instando a CIJ a reafirmar que a ocupação é "ilegal e viola obrigações internacionais".

A representante brasileira também mencionou possíveis reparações aos palestinos e defendeu que "os Estados devem cooperar" para pôr fim à ocupação. Nesse sentido, explicou que "o Brasil está totalmente comprometido com o cumprimento dessas obrigações".

Tusco concluiu sua declaração reiterando que o Brasil defende uma solução de dois Estados, que permita a criação de um Estado palestino para conviver de forma independente, soberana e economicamente viável com Israel, em um ambiente de paz, segurança e com fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente.

O Brasil está entre os 52 países que participam da audiência de uma semana, que começou na segunda-feira, e segue uma resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU para a CIJ em dezembro de 2022.

A intervenção da diplomata brasileira ocorreu em meio à crise entre o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Israel, depois que o mandatário, entre outras coisas, fez uma comparação entre a situação na Faixa de Gaza e o Holocausto perpetrado pela Alemanha Nazista.