'Israel usa fome como arma de guerra em Gaza', denunciam ativistas
Nas últimas dez semanas, apenas 12 dos 34 caminhões carregados com alimentos e água autorizados a entrar no norte de Gaza conseguiram entregar ajuda aos civis palestinos, devido aos "atrasos deliberados e obstruções sistemáticas" por parte do exército israelense, segundo um relatório publicado neste domingo pela organização não governamental Oxfam.
A Oxfam é uma das várias instituições de caridade que afirmaram que Israel tem impedido a entrega de ajuda humanitária no norte de Gaza desde o início de outubro, quando o exército israelense lançou um novo ataque nas regiões de Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanun.
"A situação em Gaza é apocalíptica e as pessoas estão encurraladas, incapazes de encontrar qualquer tipo de segurança. O desespero puro de não ter comida nem abrigo para suas famílias no frio intenso do inverno", declarou a diretora da Oxfam para o Oriente Médio e Norte da África, Sally Abi Khalil.
"É abominável que, apesar da violação pública da lei internacional por parte de Israel e do uso implacável da fome como arma de guerra, os líderes mundiais continuem sem fazer nada", denunciou.
A diretora pediu que a comunidade internacional tomasse medidas para impedir essa situação por meio de seus recursos diplomáticos e econômicos. Além disso, a organização exigiu um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente, bem como a libertação de todos os reféns e palestinos detidos ilegalmente.
"Cada dia que passa sem um cessar-fogo é uma sentença de morte para centenas de outros civis", declarou Sally Abi Khalil.
De acordo com a Oxfam, cerca de 130 mil pessoas foram deslocadas do norte de Gaza e 70% delas, aproximadamente 91 mil, são mulheres e crianças, que estão tentando sobreviver em prédios abandonados e abrigos superlotados.