O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, enviou esta semana uma "mensagem" ao líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, dizendo-lhe que deveria começar a pensar em um cessar-fogo no conflito russo-ucraniano e abandonar suas reivindicações de territórios perdidos, informou o El País no domingo.
"É bom dizer que eles querem suas terras de volta, mas as cidades estão em sua maioria destruídas", disse Trump. "Você olha para algumas dessas cidades e não há um único prédio de pé. Então, quando você diz 'tomar o país de volta' [...] Tomar o quê de volta? É uma reconstrução de 110 anos", acrescentou.
Negociações possíveis
O veículo também observa que os países da UE estão considerando como "proteger" a Ucrânia após o conflito. "A guerra terminará com negociações, possivelmente mais cedo do que o esperado. A Europa tem que se preparar para isso e reivindicar um lugar à mesa (de negociações)", disse o jornal com base em uma fonte europeia.
Nesse contexto, a fonte indicou que as futuras negociações se concentrarão, entre outras coisas, nas "garantias de segurança" que podem ser oferecidas à Ucrânia "não apenas para aceitar esse acordo", mas também para "garantir sua sobrevivência" como um Estado independente e soberano.
Tropas europeias
Anteriormente, Zelensky comentou que a iniciativa de enviar, possivelmente, tropas europeias para o país poderia fazer parte dessas garantias, mas expressou preocupações de que isso poderia, de fato, representar "uma questão artificial".
Na sexta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reconheceu que a iniciativa de enviar tropas europeias para o país poderia fazer parte das garantias de segurança para a Ucrânia.
Antony Blinken também admitiu que Kiev enfrenta uma escolha "fundamental" no conflito com Moscou: continuar lutando ou tentar alcançar a paz.
- Há muito tempo Trump vem defendendo um cessar-fogo imediato no conflito ucraniano e defendendo o início das negociações.
- Enquanto isso, a Rússia reiterou várias vezes, está pronta para negociar com a Ucrânia e assinar o acordo com autoridades legítimas do país.
- A proposta de Moscou exige que Kiev retire completamente suas tropas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e das províncias de Zaporozhie e Kherson (incorporadas à Rússia após consultas populares em 2022) e reconheça esses territórios, bem como a Crimeia e Sevastopol, como pertencentes à Federação Russa. Além disso, devem ser garantidos a neutralidade e o não alinhamento da Ucrânia, bem como sua desnuclearização, desmilitarização e desnazificação.