O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu no sábado que Washington pode exigir a retomada do controle do Canal do Panamá se os termos de sua transferência para o país latino-americano não forem cumpridos.
"O Canal do Panamá é considerado um ativo nacional vital para os Estados Unidos devido ao seu papel fundamental na economia e na segurança nacional", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
Em particular, o republicano enfatizou que o canal desempenha um papel crucial para o comércio e para o rápido deslocamento da Marinha dos EUA do Atlântico para o Pacífico, ao mesmo tempo em que reduz significativamente o tempo de transporte para os portos dos EUA.
Além disso, o presidente eleito afirmou que mais de 70% de todos os trânsitos são direcionados aos Estados Unidos ou provenientes deles, ressaltando que a construção dessa infraestrutura teve um custo elevado para o país, com 38.000 trabalhadores norte-americanos mortos devido a picadas de mosquitos infectados nas selvas.
"Quando o presidente Jimmy Carter, de forma imprudente, cedeu essa área por apenas um dólar durante seu mandato, foi com a intenção de que o Panamá assumisse a administração, e não a China ou qualquer outra nação", enfatizou.
Ele acrescentou que a transferência do canal não envolveu o Panamá, que estabeleceu preços "exorbitantes" e taxas de passagem para Washington, sua marinha e suas corporações. "Os EUA têm interesse na operação segura, eficiente e confiável do Canal do Panamá, e isso sempre foi entendido. Nunca permitiremos que ele caia em mãos erradas", escreveu Trump.
"Se os princípios, tanto morais quanto legais, desse gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, em sua totalidade e sem questionamentos", alertou o presidente eleito, que emitiu uma mensagem para as autoridades do Panamá: "sigam em conformidade!"
- O Canal do Panamá entrou em operação em 1914, sob o controle dos EUA. Em 1977, foi assinado um tratado que previa a transferência escalonada do canal para o país latino-americano, que foi finalizado em 1999. O documento estabeleceu a neutralidade do canal e sua acessibilidade ao comércio mundial.