Equipe de Trump explica aos líderes europeus sob quais condições continuaria a apoiar Kiev

Em dezembro, a equipe do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, delineou para os aliados europeus as condições para que o novo governo continue fornecendo ajuda militar à Ucrânia, informa o Financial Times com referência a fontes familiarizadas com as negociações.
De acordo com o jornal, Washington poderia exigir em troca que seus parceiros gastassem pelo menos 3% ou, de acordo com outras fontes, até 5% de seu produto interno bruto em defesa.
O veículo identifica os autores dessas sugestões como os assessores de política externa mais próximos de Trump, sem especificar nenhum nome.
A intenção de manter os suprimentos de guerra para a Ucrânia é apresentada como um incentivo para os aliados preocupados com sua própria capacidade de apoiar o regime de Kiev. Enquanto isso, apenas 23 dos 32 membros da aliança cumprem a meta de gastos do bloco, atualmente fixada em 2%.
Os membros da OTAN já estão negociando para aumentar essa meta para 3%, embora Trump possa exigir ainda mais. O presidente eleito ainda acredita que a Ucrânia nunca deveria ser admitida na Aliança Atlântica e gostaria de um fim imediato para o conflito, mas, ao mesmo tempo, considera que fornecer armas a Kiev após um cessar-fogo seria uma garantia de "paz por meio da força".
Enquanto isso, outro artigo do Financial Times observa que a Ucrânia e seus aliados europeus "estão entrando em um período crítico de poucas semanas" em antecipação à posse do líder republicano. Trump declarou repetidamente que acabaria com a guerra em 24 horas, lembram os autores, "enquanto o líder russo, Vladimir Putin, está com muito menos pressa".
A retórica da campanha de Trump e a de seus aliados sugerem que ele pode tentar forçar a Ucrânia a aceitar um acordo de paz altamente favorável a Moscou ou abandonar Kiev por completo. No entanto, as primeiras interações com Trump e sua equipe desde sua vitória eleitoral deixaram os europeus esperançosos de que ele ainda possa mudar seu pensamento.
Os autores do artigo também observam que os políticos europeus estão divididos quanto à sua possível contribuição para a paz na Ucrânia e nem sempre concordam com o que podem oferecer a Trump.
- Em novembro, o presidente finlandês Alexander Stubb disse, após uma conversa telefônica com Trump, que o presidente eleito pretende chegar a um acordo de paz na Ucrânia "o mais rápido possível".
- O próprio republicano EUA disse, neste mês, que Kiev provavelmente não receberá tanta ajuda militar quanto recebe agora, quando ele retornar oficialmente à Casa Branca.
