O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, nomeou o polêmico diplomata Andrei Melnik, que representa a Ucrânia no Brasil, como o novo enviado do país eslavo para as Nações Unidas.
Melnik, ex-representante de Kiev em Berlim, tornou-se uma figura controversa na Alemanha. Ele negou os crimes do nacionalista ucraniano Stepan Bandera, colaborador do Reich Nazista, afirmando que o mesmo "não era um assassino" e que "não existem provas" de que seus seguidores "mataram centenas de milhares de judeus".
Em uma entrevista concedida em agosto à imprensa ucraniana, o diplomata compartilhou suas opiniões sobre o Brasil com seus compatriotas, referindo-se ao país como "a imoral terra brasileira", sem a expectativa de que brasileiros viessem a ler suas declarações.
Na ocasião, Melnik mencionou o plano sino-brasileiro para a paz no conflito ucraniano e teceu duras críticas à política externa conduzida pelo Itamaraty, chegando a sugerir que o país não tem o potencial de exercer a posição de liderança a que se propõe:
''O Brasil, e especialmente seu atual governo, tem grandes ambições. Às vezes, essas ambições excedem suas capacidades. Eles querem jogar seu próprio jogo. E graças à China, que tem sido seu principal parceiro comercial e político por muitas décadas, eles estão tentando conquistar esse papel para si mesmos''.
Falta de confiança
Em meio às críticas, o diplomata parece reconhecer que seu trabalho diplomático no país latino-americano não rendeu frutos. Ele afirma não ter sido capaz de conquistar a "confiança" dos representantes em Brasília, e que o diálogo é praticamente inexistente. "Eu ficaria até feliz se os brasileiros reclamassem de mim, porque significaria que temos algum contato", admite.
Nesse contexto, Melnik lamenta que a Rússia tenha desenvolvido uma política externa muito mais "ativa" diante de países como o Brasil e o Sul Global:
"Eles investiram recursos, tempo e cérebros na região", afirmou, ressaltando que em todo o sistema do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, em comparação, ''há literalmente poucas pessoas, diplomatas de nível baixo e médio, que sabem português''. ''Estou literalmente sozinho lá, não tenho ninguém com quem trabalhar", queixa-se.