Parceria entre estatais nucleares boliviana e russa usa radiação em combate à dengue

Diferentes tecnologias de aplicação da radiação contra mosquitos estão ajudando a Bolívia no combate à doença, informou a empresa nuclear russa.

Tecnologias desenvolvidas na Bolívia pela estatal russa Rosatom estão ajudando o país a combater os mosquitos transmissores de diversas doenças, como a dengue, com o objetivo de reduzir sua população de mosquitos e reduzir os riscos à saúde, informou a empresa nuclear na quinta-feira.

A Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), em parceria com o Instituto Nacional de Laboratórios de Saúde (INLASA) e o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde Pública do Equador (INSPI), testou, no final de novembro, pela primeira vez na história, o uso de radiação como arma para combater mosquitos que transmitem doenças como dengue, febre amarela e Zika, entre outras.

O experimento foi realizado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (CIDTN), inaugurado em 2023 graças à cooperação com uma instituição vinculada à empresa atômica russa na cidade boliviana de El Alto.

O método de radiação, desenvolvido no final da década de 1950, consiste na produção em massa e esterilização de machos de uma espécie de mosquito. Quando liberados em áreas específicas, esses insetos não geram descendentes, o que reduz gradativamente a população.

Fontes da Rosatom destacaram que a Rússia continua ampliando suas relações comerciais e econômicas no cenário internacional, com foco na cooperação com países aliados.

Por sua vez, a ABEN declarou que, com essa conquista, a Bolívia "assinala um marco histórico" e que o avanço representa "um compromisso para o benefício dos bolivianos".