
'Tentativa sincera de encontrar solução': Putin comenta iniciativa sino-brasileira para a paz

A tentativa conjunta do Brasil e da China de encontrar uma solução pacífica para a crise ucraniana é "equilibrada e sincera", afirmou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quinta-feira, durante sua tradicional coletiva de fim de ano.
O presidente declarou que os esforços para estabelecer um diálogo por meio de diplomacia e meios políticos apresentados pelos dois países não impõem nada a nenhum dos lados do conflito - nem à Rússia, nem à Ucrânia.
Ele descreveu ainda o Brasil e a China como "países neutros", que não interferem nos assuntos das partes em conflito.
No mesmo contexto, fez uma comparação com os países ocidentais, que, segundo Putin, ao contrário, "estão em combate" contra a Rússia, realizado "pelas mãos dos ucranianos".
A proposta sino-brasileira para a paz
No final de maio, no contexto da visita de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula da Silva, à Pequim, o Brasil e a China adotaram uma declaração conjunta traçando um caminho para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

O documento postula as negociações como a única solução viável para a crise ucraniana, e defende a realização de uma conferência internacional de paz "reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia". Esse ponto mostra-se especialmente relevante diante da exclusão da Rússia da primeira "cúpula de paz", que foi realizada na Suíça sem a presença de representantes de Moscou para satisfazer as exigências do regime ucraniano.
Ao longo do texto, Brasília e Pequim também conclamam para que todos os países envolvidos sigam os três princípios indicados para diminuir a escalada da situação: não expandir a área de hostilidades, não intensificar os combates e evitar provocações.