
Putin: 'Não precisamos de trégua, precisamos de paz com garantias'

"Não precisamos de uma trégua, precisamos de uma paz duradoura e firme com garantias de segurança para a Federação Russa", afirmou o presidente Vladimir Putin nesta quinta-feira durante sua tradicional maratona anual de perguntas e respostas com a imprensa e o público.

Putin alertou que uma pausa prolongada nos combates permitiria que o lado ucraniano utilizasse esse período para treinar e preparar os soldados de seu Exército, observando que atualmente muitos batalhões possuem apenas 35% a 40% do efetivo previsto.
No campo de batalha, o presidente destacou que o Exército russo está avançando, impedindo que as tropas de Kiev fortaleçam as posições e fazendo-as recuar.
"O inimigo recua, não consegue fortificar o terreno, enquanto nossos homens avançam novamente, e assim por diante", explicou.
"Se parássemos por uma semana, isso significaria dar ao inimigo a chance de fortificar essas posições, descansar e receber o equipamento e a munição necessários", acrescentou.
"A decisão deveria ter sido tomada mais cedo"
Um jornalista pediu que Putin refletisse sobre sua decisão de fevereiro de 2022, quando a operação foi lançada na Ucrânia, com base na situação atual.
"Se tivesse sido possível rever a situação com o conhecimento do que está acontecendo agora, eu diria que a decisão de lançar a Operação Militar Especial deveria ter sido tomada antes", afirmou o presidente, acrescentando que a operação deveria ter sido "preparada de forma mais meticulosa".
Putin relembrou os eventos "espontâneos" de 2014 na Crimeia, quando um referendo sobre autodeterminação foi realizado na península em resposta à ameaça de represálias por parte dos nacionalistas do Maidan. Segundo ele, os acontecimentos de 2022 também começaram "sem preparação especial".
O presidente também retomou as razões que levaram Moscou a lançar a ofensiva contra as forças ucranianas em 2022. Putin afirmou que "não podiam mais permanecer parados, tolerando e suportando, até que a situação piorasse".
Ele mencionou que "as autoridades de Kiev anunciaram que não respeitariam os acordos de Minsk e declararam diretamente suas intenções de obter armas de destruição em massa". "Então, vimos que tínhamos sido enganados", concluiu.

