O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou a disposição da parte russa para buscar um acordo sobre a Ucrânia.
"A política é a arte do compromisso", afirmou durante sua tradicional maratona anual de perguntas e respostas. "Sempre dissemos que estamos prontos tanto para conversações quanto para compromissos", acrescentou.
"Foi o lado oposto que se recusou a conversar", lembra Putin, referindo-se à decisão de Kiev de proibir por lei negociações com Moscou.
"Basicamente, chegamos a acordos em Istambul em 2022 e o lado ucraniano rubricou o documento, o que significa que, em geral, concordaram com ele", observou Putin.
No entanto, depois "se recusaram a assiná-lo e está claro que foi porque seu aliado, o senhor [Boris] Johnson [então primeiro-ministro do Reino Unido], uma pessoa com um belo penteado, apareceu e disse que deveriam lutar até o último ucraniano".
Dessa forma, explica Putin, os combates continuaram e "em breve os ucranianos que quiserem lutar estarão exaustos".
A proposta de Moscou exige que Kiev retire completamente suas tropas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e das províncias de Zaporozhie e Kherson (incorporadas à Rússia após consultas populares em 2022) e reconheça esses territórios, bem como a Crimeia e Sebastopol, como integrantes da Federação Russa.
Além disso, a neutralidade, o não alinhamento, bem como a desnuclearização, a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia devem ser garantidos.