O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou do "Balanço do Ano com Vladimir Putin", sua tradicional maratona de perguntas e respostas nesta quinta-feira (19), um evento de mídia que foi realizado pela primeira vez em 2001.
Crescimento econômico
A economia russa cresceu cerca de 8% nos últimos dois anos, afirmou o presidente Vladimir Putin durante o "Balanço do Ano com Vladimir Putin", evento realizado nesta quinta-feira (19). Ele comparou os dados com os Estados Unidos, onde o crescimento foi de 5% a 6%, e com a zona do euro, que registrou apenas 1%.
O desemprego no país está no menor nível histórico, 2,3%, e garantiu que a economia russa é "estável", mesmo enfrentando "ameaças externas". Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer 4% até o final do ano.
Putin ressaltou que o PIB da Rússia lidera na Europa em paridade de poder de compra, de acordo com instituições financeiras internacionais, ocupando a quarta posição no mundo, atrás de China, Estados Unidos e Índia.
Apesar disso, o presidente classificou a inflação de 9,2% a 9,3% como um "sinal alarmante". Ele destacou, entretanto, que os salários cresceram 9% em termos reais, acompanhados de um aumento na renda disponível da população.
Progresso na linha de frente
Putin comentou os avanços na Operação Militar Especial na Ucrânia, afirmando que a situação está mudando "drasticamente". "Nossos combatentes estão recuperando territórios por quilômetros quadrados todos os dias", declarou. Ele assegurou que os principais objetivos da operação, delineados desde o início, estão sendo alcançados.
O presidente também abordou a destruição de infraestrutura na província de Kursk, provocada pelas Forças Armadas da Ucrânia, e garantiu que "tudo será restaurado". Ele afirmou ainda que todas as famílias afetadas receberão o suporte necessário para reconstruir suas casas.
"A Rússia se tornou mais forte"
O presidente destacou que a prontidão de combate das Forças Armadas russas é "a mais alta do mundo". Para Putin, a Rússia se fortaleceu e reafirmou sua soberania. "A Rússia se tornou mais forte, um país verdadeiramente soberano", declarou. Ele acrescentou que o país continuará a tomar decisões baseadas exclusivamente em seus interesses nacionais, sem considerar opiniões externas.
Situação no Oriente Médio
O presidente destacou a importância das relações da Rússia com todas as partes envolvidas no conflito na Síria. "Esperamos que haja paz e tranquilidade", afirmou, referindo-se à situação no país árabe, e mencionou a necessidade de avaliar a manutenção das bases russas na região.
Putin rebateu interpretações de que os eventos na Síria representariam uma "derrota" para a Rússia. Ele lembrou que os militares russos foram enviados ao país na última década para "evitar a formação de um enclave terrorista semelhante ao que foi observado em alguns outros países, como o Afeganistão".
"Em geral, atingimos nossos objetivos. E até mesmo os grupos que costumavam lutar contra o governo de al-Assad e as forças governamentais, também mudaram internamente", afirmou, observando que muitos países europeus e os Estados Unidos agora buscam estabelecer relações com esses grupos.
Sobre Israel, Putin declarou que "é o principal beneficiário do que está acontecendo na Síria", mas reiterou que "a Rússia condena a tomada de qualquer território sírio".
Ao falar do conflito na Faixa de Gaza, o presidente russo reafirmou a posição de Moscou de que "o problema palestino só pode ser resolvido com a eliminação das causas do problema". Ele defendeu a solução de dois Estados soberanos como a única solução viável.
- O "Balanço do Ano com Vladimir Putin" deste ano manteve o formato misto adotado em 2023, com uma longa sessão em que Putin respondeu a perguntas enviadas por cidadãos desde 8 de dezembro via plataformas digitais, telefone e mídias sociais, além de realizar uma coletiva de imprensa.
- Jornalistas de veículos de mídia federal, regional e internacional participaram da coletiva, que também contou com a presença de meios de comunicação ocidentais especialmente credenciados para o evento.