'Não deixarei': Zelensky rejeita mediação de Orbán
A Ucrânia precisa de uma "forte aliança" com os Estados Unidos para que seu "plano de vitória" no conflito com a Rússia seja bem-sucedido e não aceitará a mediação de países como a Hungria, afirmou o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, nesta terça-feira.
Durante uma reunião do Congresso de Autoridades Locais e Regionais da Ucrânia, Zelensky disse que só poderá revelar quais pontos de seu plano foram endossados pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, após uma reunião com ele.
O líder expressou sua esperança de que Trump apoie seu plano, o que, segundo Zelensky, "fortaleceria a relação entre a Ucrânia e os Estados Unidos".
"E somente essa aliança, uma aliança forte. Não precisamos daqueles países que só querem, como a Hungria, por exemplo - não estou falando das pessoas, das pessoas que apoiam os ucranianos - mas do primeiro-ministro [Viktor] Orbán, que quer, sabe, de alguma forma, bem, em algum lugar... isso não vai funcionar. Não o deixarei entrar, nem ninguém como ele", afirmou Zelensky.
O líder ucraniano também disse que Kiev precisa de "relações diretas" com Washington, já que a Ucrânia se provou um "país forte" no "campo de batalha".
"Alguém mais na Europa tem um exemplo tão moderno? Ninguém mais na Europa tem um exemplo assim. Orbán tem um exército assim? Não, não tem. Como ele pressionará [o presidente russo Vladimir] Putin? De que forma? Com uma piada? Um sorriso? Ele que se poupe!", acrescentou Zelensky.
Na semana passada, o primeiro-ministro húngaro declarou que Budapeste "fez novos esforços pela paz" e propôs um "cessar-fogo de Natal e uma troca de prisioneiros em larga escala" entre Rússia e Ucrânia, mas Zelensky "rejeitou claramente".
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, revelou que Kiev havia rejeitado o pedido de Orbán para uma conversa telefônica com Zelensky, "em um gesto sem precedentes na diplomacia".