Os serviços de inteligência da França temem um possível ressurgimento de terroristas do Estado Islâmico (EI) na Síria após a tomada do poder em Damasco pelo Hayat Tahrir al-Sham* e seu líder Ahmed al-Sharaa, anteriormente conhecido pelo seu nome de guerra Abu Mohamad al Julani, informou o Le Monde na segunda-feira.
O jornal menciona que a inteligência francesa expressou preocupações em relatórios enviados ao Ministério das Relações Exteriores do país europeu, alertando sobre o perigo da Síria tornar-se novamente um santuário jihadista.
Em uma nota informativa, foi indicado que não há risco imediato de "projeção" de comandos islâmicos em solo europeu, mas consideraram que as atuais revoltas no país árabe poderiam permitir que o EI reconstruísse suas tropas e recursos, além de permitir a consolidação de grupos jihadistas rivais.
Em 5 de dezembro, o Estado Islâmico na Síria emitiu um comunicado na qual expressou sua opinião sobre o Al-Sharaa e o Hayat Tahrir al-Sham, cuja ofensiva contra o governo de Bashar al Assad foi descrita como uma "revolução ímpia incapaz de estabelecer a sharia", de acordo com os serviços de inteligência franceses. O EI também descreveu Al-Sharaa como um inimigo que deveria temer por sua vida.
* Entre os países que consideram o Hayat Tahrir al-Sham um grupo terrorista estão os EUA, a Turquia, a Rússia, a Síria e o Irã, bem como as Nações Unidas. Há alguns anos, Washington ofereceu uma recompensa de US$ 10 milhões pelo seu líder.