Governo Biden busca capitalizar 'conquistas' no Oriente Médio, afirma Washington Post
O governo Biden está tentando, em seus últimos dias, reivindicar um mérito excessivo pelos recentes acontecimentos no Oriente Médio, que foram em grande parte impulsionados por atores regionais, relatou o Washington Post no domingo.
De acordo com o jornal, a Casa Branca tenta tirar proveito da queda do governo de Bashar al-Assad na Síria para desviar as críticas das políticas dos EUA na Faixa de Gaza e na região como um todo.
Assim, segundo o jornal, as autoridades norte-americanas argumentam que "o forte apoio do presidente Joe Biden a Israel e seu enfoque à região" teriam ajudado a preparar o caminho para a queda de Assad e poderiam marcar uma nova fase de cooperação.
"Algumas partes do argumento estão corretas: sim, nós apoiamos Israel. Mas, para mim, em vários pontos, é um pouco exagerado e certamente não leva em conta uma parte do Oriente Médio, que é a terrível catástrofe humanitária em Gaza", afirmou Bruce Riedel, professor da Brookings Institution que trabalhou com assuntos do Oriente Médio no governo Clinton.
Omissão frente aos massacres em Gaza
Em contrapartida, observa, os setores democratas consideram a abordagem de Biden ao conflito israelense-palestino como "um grande fracasso" da política externa dos Estados Unidos.
De acordo com membros do partido, seu legado será ensombrado por "sua falta de vontade de controlar Israel e evitar a catástrofe humanitária em Gaza".
"É uma catástrofe humanitária de proporções épicas, e o governo Biden realmente não fez nada para impedi-la, quando tinha todos os meios do mundo para fazê-lo", disse Riedel.
- No início de dezembro, o Político informou que o governo Biden tem se esforçado para obter alguns êxitos no Oriente Médio nas poucas semanas que lhe restam no comando. De acordo com o veículo, sua equipe quer deixar os EUA em uma posição forte na região, em uma tentativa de atenuar o “legado deteriorado” do presidente democrata na região.