Putin explica o motivo de considerar o regime de Kiev ilegítimo

O presidente russo denunciou que as autoridades que assumiram o controle da Ucrânia após o golpe de 2014 "cometem crimes todos os dias" tanto contra seu próprio povo quanto contra os russos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira que o regime de Kiev está perdendo os atributos de Estado, enquanto o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, permanece ilegalmente no poder desde o fim de seu mandato em maio.

Putin declarou que as autoridades que assumiram o controle da Ucrânia após o golpe de 2014 "cometem crimes todos os dias" tanto contra seu próprio povo quanto contra os russos. "Esse regime está obviamente perdendo os sinais de Estado", disse o presidente russo durante uma reunião ampliada do Colégio do Ministério da Defesa Nacional.

Ele também destacou a falta de legitimidade de Zelensky, argumentando que as eleições presidenciais não foram realizadas na Ucrânia, apesar de a Constituição do país permitir apenas a extensão do mandato do Parlamento, o Verkhovna Rada, mas não do presidente.

Putin chamou atenção para a situação envolvendo a Suprema Corte e o Tribunal Constitucional da Ucrânia. "O presidente da Suprema Corte está na prisão. Eles [as autoridades ucranianas] simplesmente não falam sobre isso, ninguém fala sobre isso, mas ele foi colocado atrás das grades", afirmou.

Segundo o presidente russo, esse órgão judicial tem o poder de anular decisões não autorizadas para presidente da Ucrânia, e, após algumas dessas anulações, o líder da Suprema Corte foi preso.

"E o chefe do regime [Zelensky] imediatamente, no mesmo dia, anunciou: ele permanecerá na prisão. Como vocês sabem, em todos os países civilizados, somente o tribunal determina se uma pessoa é culpada ou inocente, se ela será presa ou não", disse Putin, acrescentando que o funcionamento do Tribunal Constitucional também foi interrompido, já que o presidente do órgão foi impedido de acessar o prédio para trabalhar.

"Garotos serão levadas ao matadouro"

O presidente russo também criticou a ideia de reduzir a idade mínima para a mobilização militar na Ucrânia para 18 anos, classificando a medida como "outro crime" do regime de Kiev.

Ele afirmou que as autoridades ucranianas não defendem os interesses de seu próprio povo e poderiam implementar tal medida para atender aos interesses de outros países.

"A pedido daqueles a cujos interesses o regime de Kiev serve e protege, eles reduzirão a idade de mobilização para 18 anos. E os garotos serão levados ao matadouro. Da mesma forma que hoje as pessoas são capturadas nas ruas, como cães vira-latas, durante a mobilização forçada, e levadas às balas. Da mesma forma, eles perseguirão garotos, eu acho", declarou.

De acordo com Putin, os responsáveis por essas medidas "simplesmente fugirão para o exterior sob a proteção daqueles cujas tarefas estão cumprindo hoje", assim como algumas figuras do passado que, segundo ele, "roubaram dinheiro do povo ucraniano, encheram os próprios bolsos" e agora vivem no exterior. Putin afirmou que isso continuará até que a Rússia alcance os objetivos de sua operação militar especial.