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Zelensky sobre um possível fim da ajuda dos EUA: "significaria que não são nosso parceiro estratégico"

O presidente ucraniano reuniu-se com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, em Munique, no sábado.
Zelensky sobre um possível fim da ajuda dos EUA: "significaria que não são nosso parceiro estratégico"AP / Wolfgang Rattay/Pool Photo

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, sugeriu no sábado que os Estados Unidos deixariam de ser um parceiro estratégico para a Ucrânia se Washington cortasse o financiamento "vital" que seu país necessita para combater a Rússia.

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, após conversas bilaterais na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, Zelensky foi questionado por um jornalista se consideraria "traição" se o Congresso dos EUA não aprovasse o financiamento de que a Ucrânia precisa.

"Estamos contando muito com uma decisão positiva do Congresso, pois para nós esse pacote é vital. Não estamos considerando uma alternativa hoje, porque estamos contando com os EUA como nosso parceiro estratégico e que continuem sendo um parceiro estratégico. Se falássemos de uma alternativa, significaria que os EUA não são nosso parceiro estratégico. É por isso que não considero essa alternativa", respondeu.

Também afirmou que não pensa em uma "posição de traição", pois acredita que seu "parceiro estratégico não pode se permitir de parar de apoiar a Ucrânia".

"Em outras palavras, não vejo nenhuma possibilidade de um parceiro estratégico tomar tal posição. Estamos vendo desafios - eleitorais, políticos internos - não quero comentar sobre isso, pois são processos internos dos EUA e de seu povo. Mas espero que a posição de aliado seja mantida", sublinhou.

Os legisladores democratas e republicanos protagonizam, há meses, um intenso debate sobre os fundos que Washington pretende destinar a Kiev.

Na terça-feira, o Senado dos EUA aprovou um projeto de lei de ajuda externa que inclui mais de 60 bilhões de dólares para a Ucrânia. O projeto está atualmente aguardando a votação subsequente na Câmara Baixa do Congresso. No entanto, os congressistas da Casa saíram de férias até 28 de fevereiro sem votar o documento.

Os republicanos, que constituem a maioria da composição, se opuseram à nova redação do projeto, por discordâncias em torno da política de segurança na fronteira ao sul dos EUA em meio à crise migratória.